Cientistas desenvolvem camundongo a partir de somente células masculinas

Sergio Gelio Por Sergio Gelio
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Cientistas da Universidade de Kyushu, no Japão, desenvolveram um experimento que pode representar um grande avanço no campo científico. Utilizando camundongos, os pesquisadores conseguiram produzir filhotes com material genético de dois pais masculinos, após criarem óvulos a partir de células masculinas.

Inicialmente, a intenção do grupo de cientistas era desenvolver um tratamento para a síndrome de Turner, condição rara que torna mulheres inférteis.

O experimento pode ter implicações importantes no tratamento de formas graves de infertilidade, além de oferecer a possibilidade de casais homoafetivos masculinos gerarem um filho biológico no futuro. De acordo com o cientista Katsuhiko Hayashi, líder do estudo, esta é a primeira vez que foi produzido um ovócito “robusto” a partir de células masculinas de mamíferos.


Camundongo (Foto: Reprodução/BBC)


O processo utilizado para transformar uma célula masculina em um óvulo envolveu diversas etapas, como a reprogramação de células-tronco pluripotentes induzidas e o cultivo das células em um ovário artificial para replicar as condições dentro do ovário de um camundongo. Apesar dos resultados positivos, Hayashi alertou que o experimento ainda está em um estágio muito inicial e que a técnica não pode ser usada com segurança em humanos neste momento.

No entanto, os resultados são animadores e podem indicar a possibilidade de criar um óvulo humano funcional a partir de uma célula masculina dentro de uma década. Anteriormente, cientistas já haviam conseguido criar camundongos a partir de dois pais biológicos, mas agora, pela primeira vez, foi possível cultivar óvulos a partir de células masculinas.

Após fertilizar os óvulos com esperma, os cientistas conseguiram produzir cerca de 600 embriões, resultando no nascimento de sete filhotes saudáveis que também tiveram filhos quando adultos. Embora seja um avanço promissor, ainda é preciso muita pesquisa antes de considerar a possibilidade de utilizar a técnica em humanos.

Foto destaque: Camundongo. Reprodução/Petz

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