Banco Central afirma que Americanas não afetará sistema financeiro

Sergio Gelio Por Sergio Gelio
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O Banco Central divulgou na última quinta-feira (9) que o impacto do escândalo contábil envolvendo a varejista Americanas SA sobre os bancos seria insignificante, mesmo em um cenário extremo. A afirmação foi feita na ata da reunião do Comef da semana passada, que decidiu por manter uma política macroprudencial neutra por entender que não havia acúmulo significativo dos riscos financeiros.

Em janeiro, a Americanas entrou com pedido de falência depois de divulgar “inconsistências contábeis” no valor de R$ 20 bilhões, o que levou os bancos a aumentarem seu provisionamento em sua divulgação de resultados mais recente. O Banco Central notou que as provisões decorrem de um evento específico relacionado a empresa de grande porte e que já absorveram a maior parte da materialização do risco.

O Banco Central estimou o impacto potencial remanescente, acrescido de um cenário de contágio sobre toda a cadeia de produção e fornecimento que depende da empresa de forma relevante. No entanto, mesmo em um cenário extremo, o impacto para o SFN consolidado seria insignificante e não se verificaria desenquadramento de capital em qualquer instituição financeira.

O Banco Central afirmou ainda que eventos pontuais em empresas de grande porte geraram deterioração dos preços dos ativos no mercado de títulos privados, com aumento da volatilidade, spreads e aversão ao risco, além de impacto em algumas linhas no mercado de crédito.


Banco Central do Brasil (Foto: Reprodução/Shutterstock)


O Comef continuará monitorando os desenvolvimentos e está pronto para agir em caso de disfuncionalidade. Além das Lojas Americanas, a empresa de energia Light divulgou no início deste ano que havia contratado uma firma conhecida por atuar em recuperação judicial para assessorar a companhia na análise de estratégias financeiras, levantando temores a respeito, o que a empresa posteriormente desmentiu.

Os dois incidentes resultaram em uma fuga dos fundos de crédito. Isso ocorreu logo após uma nova norma da CVM entrar em vigor em janeiro implementando a marcação a mercado em aplicações de renda fixa, o que acabou contribuindo para piorar o quadro.

Foto destaque: Americanas. Reprodução/UOL

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