Emirados Árabes Unidos irão usar lixo acumulado para gerar energia

Priscila Simões Por Priscila Simões
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Apesar de ser um exponencial exportador de petróleo, os Emirados Árabes Unidos (EAU) anunciaram que vai utilizar o lixo acumulado no deserto para gerar mais energia, decisão que causou uma divergência de opiniões entre os defensores da estratégia e ativistas de grupos ambientais. 

Vale ressaltar que os EUA é uma confederação árabe formada por monarquias localizadas no Golfo. Ao total são sete emirados:  Abu Dhabi, Dubai, Sharjah, Ajmã, Umm al-Quwain, Ras al-Khaimah e Fujairah.

Um dos problemas crônicos dos EAU é a produção de lixo em larga escala, que teve fabricação de lixo multiplicada ao fazer a transição de uma região desértica para um próspero centro comercial. Nesse processo, os Emirados Árabes Unidos gastam mais energia elétrica e produz mais resíduos e dejetos por pessoa do que quase todos os outros países.

Foi estimado um valor de 1,8 quilos de lixo diário por pessoa. 

Assim sendo, o plano que já está em prática é a construção de uma usina elétrica no Golfo, que tem previsão de conclusão até o fim deste ano. Na usina serão usados incineradores para converter o lixo em energia elétrica, e, segundo o governo, também servirá para aliviar a dependência das usinas a gás, atualmente dependem em mais de 90% das usinas de gás.

A previsão com o funcionamento da usina é que sejam queimadas 300 mil toneladas de dejetos a cada 12 meses, e com essa quantidade consegue fornecer energia a 28 mil casas.


Lixo acumulado na região do EAU (Foto: Anton Petrus/Getty Images)


Porém a decisão desagradou grupos de ativistas ambientais que replicaram, afirmando que o ideal seria reciclar e fertilizar os resíduos, além de principalmente haver mudanças de hábitos de consumo que resultaria diretamente na redução do lixo gerado.

Outra contestação foi que as usinas elétricas irão poluir ainda mais o meio ambiente além da vulnerabilidade de contaminação, pois emitem CO2 na atmosfera, e que existem alternativas menos prejudiciais. Contudo, asseguram que a melhor alternativa seria separar, organizar e reciclar o lixo, que traria mais benefício para o clima e para o meio ambiente do que queimar.

O posicionamento dos ativistas é rebatido pela engenheira à frente do projeto da usina de Sharjah, Nouf Wazir, que afirmou que utilizarão o lixo não reciclável. E os defensores da proposta declaram que os incineradores têm riscos mínimos de poluição.


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Outra usina em construção

O Emirado vizinho de Dubai também está construindo uma usina com a mesma finalidade, a previsão é que seja concluída em 2024 e se torne uma das maiores do mundo com capacidade de receber 1,9 milhão de toneladas de lixo por ano. 

Os Emirados Árabes dispõem de diversos aterros sanitários. Somente em Dubai existem seis, e como as taxas são quase inexistentes torna essa opção a mais utilizada favorecendo o despejo abusivo de lixo no deserto.

Em se tratando de alternativas, em 2020, os Emirados Árabes Unidos iniciaram as atividades da primeira usina nuclear do mundo árabe. Na costa do Golfo, eles investem fortemente em energia solar por acreditar ser mais limpa e com menor custo, e também devido aos excessivos recursos disponíveis na região.

Foto Destaque: GIUSEPPE CACACE / AFP

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