Os bastidores do Corinthians passaram por dias agitados nesta semana. Logo após sofrer um duro revés para o Argentinos Juniors, pela Copa Libertadores, os dirigentes alvinegros optaram por seguir uma estratégia bem comum no futebol nacional: trocar o treinador. Porém, a mudança que visava acalmar os ânimos dos torcedores, gerou uma revolta ainda maior.
A insatisfação da torcida com o trabalho de Fernando Lázaro, o seu primeiro como técnico profissional, evidenciou a necessidade de uma modificação no comando, sobretudo para buscar alguém mais experiente. Quem acompanhou de perto a derrota na competição internacional viu os grandes problemas táticos enfrentados pelo time, que culminado as ausências de resultados, fizeram a situação do treinador ser insustentável. Ao todo, foram 17 jogos em 2023, com oito vitórias, cinco empates e quatro derrotas.
A demissão, no olhar do torcedor, era justa. O problema veio quando, poucas horas após decretar a saída de Fernando, o Corinthians anunciou Cuca como o seu substituto para a equipe principal. O nome do treinador foi especulado por diversas vezes no Timão, mas nunca contratado devido a uma condenação de estupro de uma garota suíça de apenas 13 anos, em 1987. Na época, ainda jogador, ele viajava com a delegação do Grêmio para uma excursão na Europa.
Cuca foi apresentado no CT Joaquim Grava (Foto: Reprodução/Ag Corinthians)
A revolta corinthiana se instaurou nas redes sociais, com alegações de que a diretoria havia “manchado a história” do clube. Entretanto, mesmo com forte rejeição da torcida, os mandatários decidiram seguir com a decisão, algo que foi motivado por alguns fatores.
Duílio sempre foi um grande admirador dos trabalhos do Cuca. O entendimento do presidente é de que o treinador é um “tiro certo” para o Corinthians neste momento. Profissional experiente, capaz de organizar times de forma rápida e que recebe em Real.
Antes de acertar com o técnico, a diretoria acionou o departamento jurídico da instituição para fazer uma “varredura” sobre o episódio que ocorreu na Suíça. Após um melhor entendimento da situação, Duílio teve uma conversa franca com o treinador, que topou o desafio mesmo com a forte pressão.
O alinhamento com Cuca não foi suficiente para os dirigentes fecharem a contratação. O presidente do Timão ligou para membros da Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do clube, que deram o aval para o acordo. A aprovação concedida e o apreço do Duílio pelo profissional foram fundamentais para sacramentar o acordo.
Ainda com muitos protestos, Cuca foi apresentado nesta tarde no CT Joaquim Grava. O comandante está regularizado no BID (Boletim Informativo Diário da CBF) e deve estar à beira do campo no duelo contra o Goiás, no sábado (22), pelo Campeonato Brasileiro.
Foto destaque: Cuca em jogo pelo Atlético Mineiro (Reprodução/Internet)
