Ex-diretor do Google alerta que a inteligência artificial pode ver a humanidade como “escoria”

Marcos Vinícius D Por Marcos Vinícius D
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Mo Gawdat, ex diretor de negócios do laboratório de inovações do Google (o “X”), é mais uma pessoa que trabalhou no ramo de desenvolvimento de Inteligência Artificial a apresentar uma visão sombria desse novo estágio da tecnologia. Segundo ele, a IA poderá ver os seres humanos de forma vingativa, como uma “escória” a ser controlada.

“Eu vivi entre essas máquinas. Eu sei o quão inteligentes eles são…Qual é a probabilidade de a IA pensar em nós como escória, hoje? Muito alta” , disse Gawdat em entrevista a Dan Murray Serter, podcaster norte americano. Ele alerta que a Inteligência Artificial só pode aprender sobre a espécie humana apenas por meio de conteúdos na internet, onde os robôs podem potencialmente ver somente assuntos negativos sobre o pior dos seres humanos. E a partir dessas referências, as IAs podem “amar” ou “esmagar” o homem “como moscas”.


ChatBot. Reprodução: Istock/IpopBa


“O problema é o viés da negatividade… Aqueles que são intencionalmente maus estão em todas as manchetes. São também os que investem mais tempo e esforço para estar no poder.” Acrescentou. Mo deixou o Google no ano de 2017. Já em 2021, ele chegou a afirmar em entrevista ao jornal britânico The Times, que o Google estava “criando Deus”. E já vinha alertando sobre o desenvolvimento de Inteligências autônomas, que são capazes de aprenderem coisas sozinhas e podem chegar a verem a humanidade como ameaça. Algo parecido como no filme O Exterminador do Futuro.

Mo Gawdat não é a primeira voz crítica aos projetos das gigantes de tecnologias. No começo do mês, Geoffrey Hinton, considerado um dos “padrinhos” das Inteligências Artificiais, anunciou sua saída do Google em comunicado ao The New York Times. Ele também alerta aos perigos da programação indiscriminada de chatbots, e que se arrepende de seu trabalho.  “Neste momento, eles não são mais inteligentes do que nós, até onde eu sei. Mas acho que em breve poderão ser.” , disse Hinton em entrevista à BBC. Ele também alegou que sua idade de 75 anos foi um dos fatores para sua saída da empresa.

Foto destaque: Mo Gawdat. Reprodução: BCC Internaciotal Speakers

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