Analistas apontam queda no risco das Small Caps, mas não abrem mão da cautela

Marcos Vinícius D Por Marcos Vinícius D
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A Small Caps, que são aquelas empresas de menor capitalização na bolsa de valores, estão na mira dos analistas de investimentos nos últimos dias. Ainda que o cenário pareça não ser favorável, levando em consideração a taxa de juros atual, essa classe de ativos parece atrativa a longo quando se projeta uma série de fatores futuros. Um deles é a virada no ciclo de juros, onde a taxa começa a cair dando fôlego ao caixa dessas empresas.

O juros são um dos maiores fatores que influenciam o preço das Small Caps, pois dependem da alavancagem via crédito para poder impulsionar o seu crescimento. Quando os juros são mais baixos, as empresam possuem mais crédito barato à disposição para os seus projetos. Já quando a taxa básica sobe, todo o mercado de crédito reajusta as suas taxas tornando o financiamento mais caro, o que deixam as Small Caps mais arriscadas em razão do alto endividamento. Assim os investidores ficam mais cautelosos e tendem a procurarem por mais segurança e liquidez nas Large Caps (empresas de maior valor) e Blue Caps (maior valor e número maior de negócios).


Real e índices. Reprodução: Carla Nichiata/Istock


Nesta última semana, o Morgan Stanley divulgou um relatório que defende que no momento atual as empresas menores não são uma opção. Os estrategistas do banco sugerem que é possível ter ações da classe de empresas mais consolidadas com o mesmo beta (indicador  da volatilidade em comparação ao desempenho de um benchmark financeiro) e mais liquidez.

Já a XP Investimentos defende, em relatório, que seja a hora de começar a adicionar algum risco na carteira. Tudo isso levando em conta a redução da taxa de juros num futuro próximo, reduzindo os riscos dessas empresas. “Acreditamos que pode ser hora de começar a adicionar algum risco, mas ainda com uma visão seletiva. Permanecemos cautelosos pois as taxas de juros ficarão em dois dígitos por um tempo, o que significa que empresas altamente alavancadas podem continuar sofrendo. Além disso, o ruído político continua no radar, com a reforma tributária potencialmente sendo discutida no segundo semestre de 2023”, destacou a corretora.

Em visão parecida, o gestor da Mantaro Capital, Leonardo Rufino, também enxerga uma possível redução do risco mais a frente. Levando em consideração a última divulgação do IPCA, que em maio registrou 0,23%, ainda que as projeções indicassem 0,33%, com acumulado nos últimos 12 meses de 3,94%. “É difícil esperar qualquer coisa que não seja a queda dos juros. Acho que o ciclo já começou, tanto pelo preço das ações quanto pelo recuo da curva. O último bastião de resistência à queda dos juros é o Banco Central… Vimos o que o ciclo de alta dos juros fez com a Bolsa. Foi uma destruição colossal. Claro que a mudança não é uma certeza, mas a probabilidade é razoável”, pontuou o analista.

Foto destaque: Sede da Bolsa de valores de São Paulo. Reprodução: Alfribeiro/Istock

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