Efeito “Shein” derrubas ações da Renner no último pregão

Marcos Vinícius D Por Marcos Vinícius D
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As ações das Lojas Renner (LREN3) caíram cerca de 6,50% no último pregão desta sexta (30). Os papéis da varejista encerraram o dia negociados a R$ 20. Entres os principais fatores que explica o recuo dos investidores está o anúncio de que a gigante chinesa Shein irá iniciar a sua linha de produção de vestuário no Rio Grande do Norte ainda neste mês. Em segundo lugar está a concessão feita pelo governo brasileiro de isenção de impostos federais na importação de produtos no valor de até US$ 50, e por último, uma teleconferência que não agradou ao mercado.

Para os analistas especializados em investimentos, o avanço das companhias chinesas e os estímulos dados pelo governo federal, juntos, tornam o ambiente de negócios competitivo mais acirrado com forte pressão sobre as empresas brasileiras do mesmo setor. As empresas estrangeiras enxergaram vantagem em aderir à isenção de 50 dólares em contrapartida de serem tributadas pelos governos estaduais, com uma alíquota de 17 % no ICMS.

O Itaú BBA segue esse entendimento no seu último relatório que fala que: “a nova portaria estabelecendo novas regras para a tributação transfronteiriça, validas a partir do primeiro dia de agosto, são marginalmente negativas para as varejistas locais”. As companhias de fora provavelmente aderirão ao programa de conformidade, o que permitirá às autoridades brasileiras terem uma visibilidade clara sobre as importações e aumentar a eficácia das arrecadações de impostos. A maior parte das compras transfronteiriças deve permanecer isenta de impostos de importação, mas estarão sujeitas à alíquota do ICMS de 17%”. O banco ainda explica que a medida pode facilitar as compras internacionais pela internet e torná-las mais rápidas.


Última cotação da Renner. Reprodução: B3/Google


Já Anderson Meneses, que é CEO da Alkin Research, tem a mesma conclusão de que o novo processo tributário “beneficia bastante as varejistas internacionais como a Shein. É uma preocupação e a pressão deve continuar”. Mas ele alerta que, “devido a ser o último dia do mês e do semestre, é possível que a queda também seja explicada por algum desmonte de posição”. Indicando que o movimento pode ter sido influenciado por uma possível saída de um grande investidor.

No entanto, para a XP, o ministro da Fazenda Fernando Haddad já sinalizou que um novo imposto federal virá em uma “segunda etapa do plano”, como uma forma de equilibrar a concorrência entre as empresas varejistas locais com as internacionais. Segundo a corretora, reuniões para discutir o assunto estão marcadas para a próxima semana em Brasília.

Foto destaque: Loja Renner. Reprodução: Istock/Topungato

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