A cidade de Jenin, na Cisjordânia, recebeu ataques do exército de Israel nesta segunda-feira (03). A operação, que é considerada o maior ataque do país na região em quase 20 anos, causou a morte de oito palestinos. Ela foi realizada por meio de drones aéreos e soldados a pé, e o governo alega que alvejou apenas terroristas escondidos no campo de refugiados de Jenin, como uma resposta a ataques de palestinos contra israelenses na região.
O campo de refugiados em questão, criado após a Guerra da Palestina de 1948, abriga 14 mil pessoas e serve de base para diversos militantes de grupos como o Hamas e o Fatah, de acordo com o governo de Israel. A operação começou na madrugada, com um ataque a um prédio que, segundo o governo israelita, era utilizado por grupos militantes para planejar atentados, e estendeu-se pelo restante do dia, com tropas ainda buscando suspeitos no local na tarde de segunda.
Drones foram vistos sobrevoando a região o dia todo, e os militares afirmaram que precisarão de pelo menos mais 24 horas para terminar a operação, sem limite de tempo. As brigadas de Jenin, grupos militares da região, afirmaram que já abateram um drone das forças israelenses.
Jenin durante operação israelense. Reprodução/AFP
Richard Herdt, coronel do exército de Israel, afirmou que as forças não pretendem permanecer no campo de refugiados a longo prazo. O ministro das relações exteriores de Israel, Eli Cohen, acusou o Irã de financiar grupos armados palestinos, e os governantes de Jenin rebateram as acusações: “Resposta natural pelos 56 anos de ocupação desde que Israel capturou a Cisjordânia na Guerra dos Seis Dias em 1967”. Os dois territórios estão em conflito desde o fim da Segunda Guerra Mundial, quando o Estado de Israel foi criado na região onde já havia grandes conflitos étnicos entre os dois povos. Desde então, a situação escalou para o conflito armado.
Foto destaque: veículos israelenses em Jenin. Reprodução/AFP