O navio mercante naufragado foi descoberto há 11 metros de profundidade no rio Trave, localizado ao leste alemão, próximo à uma cidade chamada Lübeck. Arqueólogos estudavam a embarcação desde novembro de 2021 e, recentemente confirmaram que se trata de um navio utilizado para fins comerciais e que pertencia à Liga Hanseática.
A Liga Hanseática surgiu no século XII e se resumia à uma aliança entre cidades mercantis no Mar do Norte e Mar Báltico e consistia em leis marítimas e comerciais que influenciaram o desenvolvimento econômico europeu da época.
Através de evidências, foi constatado que um incêndio pode ser a causa pela razão do naufrágio, pois há manchas escuras ao longo das extensões de madeira no navio, que podem indicar um possível incêndio. A embarcação mede cerca de 25 metros de comprimento e 6 de largura. A carga pode ter originado as chamas, pois se tratava de barrís de cal, produto inflamável e que era utilizado em construções na época.
Uma missão de recuperação foi realizada e percebeu-se que existem partes do navio que estão em bom estado, como a proa, e que contém peças de porcelana e parte do equipamento náutico.
Em uma coletiva de imprensa, o diretor do projeto, Félix Rösch, revelou que as descobertas indicaram mais do que se havia pensado inicialmente. “Encontramos mais do que esperávamos e podemos inferir bastante sobre a constituição e o equipamento presentes no navio”, afirmou.
Destroços de naufrágio do século 17 pode indicar cotidiano europeu da época (Foto/Reprodução/Jonas Walzberg/DW)
Objetos encontrados no naufrágio podem ajudar a entender o cotidiano europeu, uma vez que o estudo de navios comerciantes pode indicar a rotina dos dias em que a embarcação esteve no mar.
As peças recuperadas serão armazenadas em galpões, submersos em galões d’água a fim de preservar o estado desses materiais.
Segundo Monika Frank, encarregada de Cultura da cidade de Lübeck, existe a possibilidade de que os artefatos e parte do naufrágio sejam recuperados para serem conservados como objeto de estudo para próximas gerações.
Foto destaque: Destroços de naugráfio do século 17 podem indicar cotidiano europeu da época. Foto: Jonas Walzberg/DW