Cuidados ao Investir em Títulos de Alta Rentabilidade: Descubra as “Pegadinhas” do CDB 200% do CDI

Carlos Enriki Por Carlos Enriki
4 min de leitura

Nos últimos meses, a Renda Fixa foi uma das categorias mais evidentes no portfólio de investimentos por parte dos investidores. Com a taxa Selic elevada, diversos títulos ofereceram rentabilidades atrativas. Os investidores tiveram diversas opções de investimento com rendimentos mais elevados, proporcionando oportunidades de ganhos significativos.

E com certeza, você já deve ter se deparado com anúncios de CDBs com rentabilidades pós-fixadas na casa dos 200% do CDI.

Sim, é possível dizer que é um retorno realmente excepcional quando comparado à taxa Selic, que já está alta. Essa diferença significativa na rentabilidade dos títulos pode atrair investidores em busca de melhores oportunidades de lucro. No entanto, é importante considerar os riscos associados a esses investimentos antes de tomar qualquer decisão. Mas cuidado, embora eles façam o maior sucesso, alguns títulos possuem “pegadinhas” que poucas pessoas identificam.

Saiba como identificar um título que realmente trará uma rentabilidade alta.

Pegadinhas do CDB 200% do CDI: baixos aportes e curto prazo

As ‘pegadinhas’ por trás desse tipo de investimentos geralmente são duas:

  1. Limite baixo de aportes;
  2. Curto prazo para o investimento

É verdade, o baixo limite de aportes em títulos de alta rentabilidade pode limitar o ganho real no resultado. Investimentos com aportes máximos limitados, como R$ 5 mil ou R$ 10 mil por investidor, podem restringir o potencial de retorno em comparação com investimentos de maior escala.

Além disso, devido ao curto prazo do título, normalmente com duração de três meses, os juros compostos não têm tempo suficiente para exercer seu efeito multiplicador, tornando-os menos significativos em termos de rentabilidade.

CDB 200% do CDI ainda costuma pagar mais Imposto de Renda

Os investimentos em títulos de renda fixa estão sujeitos à tributação de Imposto de Renda, que varia de 15% a 22,5% sobre os ganhos. Essa alíquota é progressiva de acordo com o prazo do investimento. É importante considerar essas obrigações fiscais ao avaliar a rentabilidade líquida dos investimentos. Consultar um especialista em finanças pode ajudar a entender melhor os impostos aplicáveis aos investimentos específicos.

No caso de títulos com prazo inferior a seis meses, a taxa de imposto de renda aplicada seria de 22,5%. Isso significa que uma parte dos ganhos do investimento seria destinada ao pagamento de impostos, reduzindo assim o retorno final obtido.

Observe abaixo uma simulação para que se tenha uma noção, ao considerar um retorno de 200% do CDI atual, com um aporte de R$5 mil reais e com o prazo de três meses.


Simulação de rendimento. (Foto: reprodução/Money Times)


Bônus

Deixaremos abaixo mais dois cuidados que se deve ter ao investir.

Risco de crédito: Títulos com altas rentabilidades estão geralmente associados a maior risco de crédito, ou seja, maior probabilidade de o emissor do título não honrar seus compromissos de pagamento. É essencial avaliar a solidez financeira do emissor antes de investir.

  • Liquidez limitada: Alguns desses títulos podem ter liquidez limitada, o que significa que pode ser difícil vender o investimento antes do vencimento ou encontrar compradores dispostos a pagar o preço justo. Isso pode resultar em dificuldades para resgatar seu investimento quando necessário.

É importante pesquisar e entender completamente os detalhes do investimento, avaliar seus riscos e considerar seu perfil de investidor antes de tomar qualquer decisão. É recomendado buscar orientação de profissionais financeiros qualificados antes de investir em produtos financeiros mais complexos.

 

Foto Destaque: Cédulas de R$100,00. Reprodução/Pexels

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