Polícia prende mais suspeitos por tráfico de drogas na Cracolândia

Joana Tchian Por Joana Tchian
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Neste domingo (30), a Polícia Civil realizou a prisão de 15 suspeitos por tráfico de drogas na Rua dos Gusmões, local onde os dependentes químicos da Cracolândia estão concentrados atualmente, no centro de São Paulo. Segundo os policiais, um dos suspeitos detidos estava sendo procurado pela Justiça.

Segundo as informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP), há dois dias, um criminoso teria sido autuado em flagrante por tráfico de drogas no mesmo lugar, mas foi solto no último sábado (29), em audiência de custódia. No domingo, foi novamente autuado. No total, doze pessoas foram presas em flagrante pela polícia, em decorrência de associação ao tráfico e tráfico de drogas.

Durante a operação, 75 porções de cocaína, 16 de K9 e 39 de maconha foram apreendidas, além de três tijolos de maconha e dois pedaços de crack.

Segundo a SSP, cerca de 60 policiais civis em 30 viaturas participaram da operação na Cracolândia. A contenção dos dependentes químicos foi feita por Agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM), enquanto os criminosos que foram citados em um relatório de inteligência eram presos por agentes da Polícia Civil.


Quatro operações na Cracolândia em oito dias

As operações na região da Cracolândia tem se tornado cada vez mais frequentes e, em todas elas, a mesma tática tem sido adotada. Esta operação foi a quarta no total de uma semana. Desde o dia 22, 24 pessoas foram presas, até então, incluindo uma mulher e um homem que foram indicados como líderes do tráfico de drogas no local.

Ao menos 16 pessoas tinham antecedentes criminais, do número total de presos.

Na quarta-feira (27), um homem de 44 anos foi preso em flagrante, sendo apontado como um dos principais fornecedores de crack na região, segundo os investigadores. De acordo com informações do governo do estado, ele foi pego pela polícia, na Rua dos Andradas, portando R$ 12 mil em dinheiro e 1,5 kg de crack.

As investigações ainda apontam que o homem trazia matéria-prima para produzir drogas no Guarujá, semanalmente. Ainda segundo o governo, ele possui mais dez passagens pela polícia, por crimes de tráfico, receptação, roubo, estelionato e furto.

Também na quarta-feira, uma outra operação da polícia fez mais cinco prisões, de duas mulheres e três homens, além da apreensão de uma droga sintética chamada M4 e de dinheiro.

A mulher de 23 anos, identificada como líder do comércio de drogas no local foi presa no dia 22, durante uma ação da polícia que identificou mais 16 alvos presos em flagrante. No total, dezoito pessoas foram presas, sendo duas delas foragidas da Justiça.

Todos os presos passaram por audiência de custódia, de acordo com o governo, mas apenas seis conseguiram liberação. Segundo dados de um balanço do Estado, há um total de 1.322 suspeitos presos na Cracolândia neste primeiro semestre de 2023.

As operações na região se tornaram mais comuns por conta de diversos episódios de ataques dos usuários a ônibus, viaturas, caminhão de lixo e alguns carros, todos no último dia 11. O caso deixou os moradores e comerciantes das regiões da República, Campos Elíseos e Santa Ifigênia assustados.


Moradores e lojistas da Santa Ifigênia protestam por segurança na região. (Foto: Reprodução/Folha-UOL)


Tarcísio afirma que terão operações diárias na Cracolândia

O governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que as operações de combate ao tráfico de drogas na região central da cidade, onde atualmente a Cracolândia está localizada, “serão diárias” e outros traficantes “continuarão sendo presos”.

“Do início do ano pra cá, prendemos 600 traficantes no centro de São Paulo e vamos prender muito mais”, afirmou Tarcísio.

O governador ainda acrescenta: “As operações em si não resolvem, precisamos das outras componentes de abordagem, que é o grande desafio. Mas, as operações vão ser rotineiras, vamos fazer mais operações, vamos prender mais traficantes. Não vamos dar descanso para o tráfico de drogas no centro de São Paulo”.

Tarcísio ainda defendeu a ideia de realizar um censo sobre os dados pessoais dos usuários (origem, idade e tempo frequentando a Cracolândia), mas não estabeleceu um prazo para a realização deste trabalho.

Foto destaque: Policiais em operação na Cracolândia. Reprodução/Carta Capital

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