A Tesla, renomada fabricante de veículos elétricos, está embarcando em um projeto inovador que pode ter um impacto significativo em seu valor de mercado. A empresa iniciou a produção de seu supercomputador de última geração, conhecido como Dojo, destinado a treinar modelos de inteligência artificial para carros autônomos. Os analistas do Morgan Stanley, empresa global de serviços financeiros, acreditam que essa iniciativa poderia potencialmente aumentar o valor de mercado da Tesla em cerca de 600 bilhões de dólares.
Carro da Tesla com piloto automático. (Foto: Reprodução/ Exame/ Getty Images)
Supercomputador Dojo
O Dojo é mais do que um simples investimento em tecnologia, ele representa uma mudança de paradigma para a Tesla. Esse supercomputador, com um investimento planejado de mais de 1 bilhão de dólares até o próximo ano, é projetado para treinar modelos de IA em larga escala, capacitando carros autônomos a “verem” e “reagirem” de forma mais precisa e eficiente. Isso é um passo gigante em direção à viabilização de serviços de robotáxis e software altamente avançados.
Os analistas do Morgan Stanley, destacam que o potencial do Dojo transcende a mera fabricação de veículos. O supercomputador pode abrir novos horizontes, atingindo mercados que vão além da venda de automóveis tradicionais. Pense em qualquer dispositivo de ponta com uma câmera, capaz de tomar decisões em tempo real com base em seu campo visual. O Dojo promete revolucionar a automação em diversas indústrias.
Valorização no mercado financeiro
A Morgan Stanley melhorou sua sugestão para os papéis da Tesla de “equilibrada” para “acima da média”. As ações da Tesla registraram um notável aumento de quase 5,7% durante as transações antes da abertura do mercado, atingindo o valor de 262,63 dólares por ação. Além disso, a instituição financeira revisou sua projeção para o valor das ações da Tesla a ser alcançado no período de 12 a 18 meses, elevando-a em 60% e estimando que poderiam atingir 400 dólares.
Foi projetado que o Dojo trará uma valorização substancial na forma de software e serviços para a Tesla. A estimativa de receita para o negócio de serviços de rede da empresa em 2040 foi aumentada para 335 bilhões de dólares, em comparação com os 157 bilhões anteriores. Espera-se que essa unidade seja responsável por mais de 60% dos principais ganhos até 2040, destacando o potencial de licenciamento de frotas de terceiros e um aumento na receita média por usuário.
Embora as perspectivas da Tesla sejam animadoras, vale ressaltar que seu múltiplo de preço/lucro futuro de 57,9 para 12 meses está bem à frente das montadoras norte-americanas tradicionais, como Ford e General Motors. Isso levanta questões sobre a sustentabilidade desse nível de valorização e o desafio de manter as expectativas do mercado.
Foto destaque: Elon Musk, CEO da Tesla. Reprodução/ Estadão