Comunicada pela própria grife nesta segunda-feira, Sarah Burton não será mais a diretora criativa da Alexander McQueen, tendo o seu desligamento oficial a partir de outubro. Sua última participação representando a McQueen será na próxima semana de moda em Paris.
Despedida
O talento e a trajetória de Sarah certamente conquistaram não apenas quem acompanhava o seu trabalho, mas quem também estava a serviço ao lado dela. Com isso, muitos ficaram tocados pela saída da artista. Segundo as palavras de François-Henri Pinault, presidente e CEO da Kering, este é o encerramento de uma era de muita “sensibilidade e talento”.
“Estou imensamente grato a Sarah e quero agradecê-la pessoalmente por seu trabalho nas últimas duas décadas, primeiro ao lado de Lee Alexander McQueen, onde seu papel foi fundamental para sua carreira e sucesso, e depois como diretora criativa desde 2010. Através da sua própria experiência, sensibilidade e talento, Sarah continuou a desenvolver a expressão artística desta casa icônica. Ela manteve e deu continuidade à herança de Lee, atenção aos detalhes e visão única, ao mesmo tempo em que adicionou seu toque pessoal e altamente criativo.”, acrescentou ele.
A despedida oficial da designer ocorrerá no desfile da semana da moda em Paris no dia 30 de setembro. “Estou ansiosa pelo futuro e pelo meu próximo capítulo e sempre levarei esse tempo precioso comigo”, disse Sarah, depois que anunciaram sua saída.
Em homenagem às duas décadas de trabalho da inglesa dentro da McQueen, vamos relembrar alguns momentos marcantes.
Trajetória de Burton
Nascida em Manchester em 1974, Sarah Jane Burton ingressou bem cedo na empresa, trabalhando em tempo integral como assistente pessoal de McQueen. Após a sua morte precoce em fevereiro de 2010, Sarah foi nomeada como a nova diretora criativa da marca homônima ao estilista em maio, já possuindo um desafio em guiar a McQueen na Paris Fashion Week em setembro do mesmo ano.
Da mesma forma que assumiu uma posição tradicionalmente privilegiada a homens, Burton quebrou mais alguns estigmas e mostrou a competência de seu trabalho quando produziu a coleção de outono/inverno de 2013 já na reta final da sua gravidez de gêmeos, deixando claro que a maternidade não deve ser considerada um empecilho nas escolhas da vida profissional de uma mulher.
Além da importante representatividade, Sarah fez história quando elevou sua parceria com Kate Middleton a outro patamar. Kate já havia exibido diversas peças de grife em sua história, no entanto, mostrou que sua relação com Sarah era definitivamente uma das mais fieis na história da família real britânica e da moda, quando escolheu a designer como responsável pela criação dos seus dois vestidos de noiva.
Príncipe William e Kate Middleton em seu casamento em 2011 (Foto: reprodução/ChrisJackson/GettyImages)
Outra parceria certamente muito especial, que se deslumbrou com o trabalho de Burton à frente da direção criativa da maison, foi a Michelle Obama, que já no primeiro ano de Sarah como diretora criativa, escolheu um vestido longo estampado para um jantar na Casa Branca.
Michelle Obama em seu vestido vermelho estampado para jantar na Casa Branca (Foto: reprodução/BrooksKraft/GettyImages)
Outro momento marcante da designer foi a coleção de inverno de 2018 da maison, que marcou a mídia com uma estética romântica, mas ao mesmo tempo urbana. A alta-costura e a possibilidade nem sempre são pontos que se encontram, mas Burton soube fundir a exclusividade da haute couture com o dinamismo do ready-to-wear com primor.
Foto Destaque: Sarah Burton em fundo rosa simples. Reprodução/DimitriosKambouris/GettyImages)