Quadrilha de hackers é descoberta pela Polícia Federal

Isadora de Oliveira Silva Por Isadora de Oliveira Silva
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No último domingo (24), o fantástico apresentou a reportagem sobre uma operação policial recente que conseguiu desmantelar uma quadrilha que comercializava mais de 20 milhões de logins e senhas de instituições de grande importância no Brasil, incluindo a Polícia, o Exército e a Justiça. Surpreendentemente, o líder suspeito dessa rede de criminosos era um adolescente de apenas 14 anos.

O ponto de partida para a investigação foi a casa de outro adolescente, de 17 anos, localizada na cidade de Bady Bassitt, São Paulo. A polícia identificou que ele estava logado no sistema da Polícia Civil de São Paulo e que conseguiu inserir informações falsas em um boletim de ocorrência diretamente do seu computador. Por conta da idade do jovem quando cometeu o crime, ele será identificado como Adolescente A.

 

Quadrilha

No decorrer da investigação, a polícia identificou um indivíduo de 18 anos, conhecido na internet pelo apelido Fusaao, que também estava envolvido com a quadrilha. Ele foi preso por suas conexões com o grupo que obtinha senhas de sites públicos e até mesmo alterou o sistema para ocultar sua ficha criminal.

A investigação revelou que todos os membros da quadrilha se conheceram em fóruns na internet, mais especificamente em comunidades de jogos no aplicativo Discord, popular entre jovens. A utilização de servidores privados na nuvem tornava a rastreabilidade mais complexa, mas a polícia conseguiu localizar membros da quadrilha em diferentes cidades do Brasil.

Após um longo período de investigação, a polícia finalmente identificou o adolescente de 14 anos, que será chamado de Adolescente B, como o líder do grupo. Ele alegou ter criado um programa de computador capaz de invadir qualquer site, acumulando um impressionante banco de dados com 20 milhões de logins e senhas. As instituições afetadas incluíam o Tribunal de Justiça de São Paulo, a Polícia Militar de São Paulo, a Polícia Federal, o Exército e o Ministério Público de São Paulo.


Para acompanhar a reportagem do Fantástico na íntrega. (Vídeo: reprodução/YouTube/G1 @g1globo)


Motivações e desdobramentos legais

Enquanto o Adolescente B alegou ter agido por curiosidade, outros membros da quadrilha utilizavam as informações para fins financeiros, vendendo logins e senhas por valores que variavam de R$ 200 a R$ 1.000. O Estatuto da Criança e do Adolescente estipula que os pais são responsáveis por vigiar a conduta de seus filhos e podem enfrentar penalidades, incluindo multas, em caso de negligência.

Os cinco hackers detidos durante a Operação Lotter – Fraudador Digital – foram liberados, mas o Adolescente A foi apreendido novamente e agora está sob custódia da Fundação Casa. A defesa de Lucas Barbas alega sua inocência.

O Discord, onde os membros da quadrilha se conectaram inicialmente, afirmou adotar uma política de tolerância zero em relação a atividades ilegais e colaborar com as autoridades para combater esse tipo de conduta. Enquanto isso, a Polícia Federal prendeu um hacker em Campo Grande (MS) que tentou influenciar processos judiciais ao invadir o Sistema do Tribunal Regional Federal da Terceira Região e alterar pareceres do Ministério Público Federal.

 

Foto destaque: Representação de um Hacker. Reprodução/Pixabay por Noshad Ahmed

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