Faltam poucos pregões para o ano do mercado finceiro se encerrar, memo assim o dólar mantém sua corrida maluca com ele mesmo para chegar ao seu valor mais alto, esse é o quinto ano consecutivo de ganhos frente a moeda brasileira, o real. O dólar americano está sendo negociada à R$ 5,738 na terça-feira, dia 21 de dezembro, isso significa que ela acumula um alta de 10,55% ao ano. A moeda norte-americana está 0,92% abaixo do que foi registrada como a maior cotação do ano, R$ 5,7902, no mês de março, mais exatamente no dia 9.
A pergunta que deixa todos em alerta é, o que esperar das altas do dólar e do câmbio de uma maneira geral no ano de 2022? Para muitos especialistas do mercado financeiro e para muitos economistas, essa é a variável mais difícil de prever em relação ao próximo ano.
Alguns experientes especialistas deixam no ar especulações que indicam, pelo menos no início de 2022, que a moeda americana pode sofrer uma tendência de reversão em relação as altas. “As últimas semanas do ano são os piores pregões para o real no ano. Em janeiro e fevereiro, por outro lado, teremos um alívio para a moeda brasileira”, é o que afirma Alfredo Menezes, sócio fundador da gestora Armor Capital.
Menezes que é considerado um dos maiores especialistas de câmbio no mercado, afirma que dezembro tem a pecha de ser volátil no universo do câmbio por causa de motivos sazonais. Normalmente todo final de ano, os volumes de saída de recursos de um país aumenta com algumas filiais enviando capital para suas matrizes e empresas pagam dividendos e juros sobre capital próprio.
Mas depois de passar pelo furacão do final do ano, a moeda do Tio sam pode hastear a bandeira de trégua para o nosso real quando for início de 2022, isso favorecerá os brasileiros que estiverem caçando uma cotação mais baixa com a finalidade de realizarem viagens internacionais para destinos que fazem o gosto do povo como Nova York. Segundo Armor, o dólar deve recuar para R$ 5,30 e R$ 5,50 nos primeiros dois meses de 2022. Pelo menos 20 centavos menos que o valor atual.
Analistas da Ouroinvest também compartilham a mesma visão do cenário. “A taxa de câmbio deve se manter alta (ao menos até as eleições) e sobretudo muito volátil. Não acreditamos que o dólar recue abaixo dos R$ 5 – deve seguir perto dos R$ 5,50 a depender do cenário eleitoral”, declaram em nota, os analistas da Ouroinvest.
A moeda americana só olha para o alto. (Foto: Reprodução/RemessaOnline).
Queda e seus motivos
No ano de 2020 o dólar sofreu com uma escalada de alta à 30% em detrimento do real, movimento esse impulsionado, dentre os vários fatores, pela maior taxa de juros já observada da história do Brasil, ela chegou a 2% ao ano. A taxa Selic mais baixa espantou o investidor alienígena, e consequentemente todos os dólares que viriam com eles, das aplicações e investimentos em terras tupiniquins. Isso tudo porque elas se tornariam bem menos rentáveis do que eles gostariam que elas fossem em comparação aos riscos apresentados.
Em 2021 a taxa de juros acelerou sua trajetória de altas e chegou a 7,25 pontos percentuais, e saltou de 2% para absurdos 9,25%. Esse movimento deveria ter aumentado a circulação de dólares no país e combater a hegemonia da força que a moeda americana tem contra o real, o que não aconteceu esse ano. Assim essa expectativa foi transferida para 2022.
“Já estamos em um ambiente em que temos os juros mais altos do que outros países pares emergentes. Aquela força que empurrava na direção da desvalorização da moeda, que era o juro muito baixo, começa a trabalhar no sentido contrário”, declara Fabio Godói, sócio e CEO da gestora Kairós Capital, que especula que o dólar esteja no patamar de R$ 5,50, no próximo ano.
Menezes, que fala em nome da Armor, faz um adendo, o real pode se favorecer por causa do desmonte das operações de hedge (proteção). “O investidor usa como hedge a moeda que tem um custo de carrego menor, ou seja, uma taxa de juros mais baixa e a Selic deve chegar à casa dos dois dígitos no próximo ano, o que torna o hedge em real muito caro”, conclui.
2021 deve terminar o ano com a taxa de juros batendo 11,50%, essa é a projeção feita por economistas e analistas consultados pelo BC para a criação do Boletim Focus atualizado. No câmbio existe a expectativa de que o dólar fique em R$ 5,55 no final do ano.
Nessa fase o que pode ajudar a impulsionar o nossa moeda é a chegada de dólares ao Brasil por meio da força das cotações das commodities, que provavelmente devem manter sua alta. “O saldo comercial será positivo por caiusa das commodities, gerando uma pressão forte na direção da apreciação do real”, disse o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, em análise feita recentemente. Ele acredita que o valor da moeda americana deverá ficar em torno de R$ 5,40 no próximo ano.
Nem a pandemia conseguiu segurar a alta do dólar em 2020, ao contrário, na economia brasileira ela impulsionou a moeda americana a alcanças patamares nunca vistos. (Foto: Reprodução/Papodeboteco).
Eleições de 2022, o obstáculo interno
O maior entrave na retomada do valor da moeda é o cenário que se configura no ano eleitoral brasileiro, muito inquieto é o panorama desenhado, sendo mais exato, para o mês de outubro de 2022, quando acontecem as eleições presidenciais, que tem um futuro polarizado conduzindo essa disputa. O que corrobora essa visão é a forma como o mercado encara todos essas possibilidades, mesmo antes do ano em que acontecerá a corrida eleitoral.
Na última segunda-feira, dia 20/12, a moeda americana desembestou mais de 1%, muito desse impulso ocorreu por causa de uma nova ameaça ao quadro fiscal: A notícia de que o centrão, grupo que sustenta Jair Bolsonaro no Congresso, está focado em aumentar o crédito do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, o vazamento dessa noticia não foi bem digerida pelo mercado. A divulgação aconteceu por meio da coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, dizendo que o único objetivo da medida era tentar levantar a popularidade do presidente Jair Bolsonaro no frigir dos ovos, antes do sufrágio.
Esse capítulo da série, a hora da eleição, conta em seu roteiro o momento vivido pela atual administração que deixa bem claro que não está em sua prioridade controlar as contas públicas, nem levando em consideração a aprovação da PEC dos Precatórios, que abre um rombo fiscal para financiamento de novo programa social do governo, bem no ano da eleição. Toda essa incerteza sobre os Precatórios foi um dos rastilhos que deflagraram o alerta de risco que acabou impedindo a queda do dólar no que já podemos chamar de velhos anos de 2021.
O que mais deixa o mercado num estágio de alarde tenebroso é o movimento que o governo Bolsonarista pode adotar aumentando ainda mais os débitos como o intuito de reverter seu quadro de rejeição que só tem aumentado nos últimos tempos, até o momento dessa matéria a rejeição de Jair Bolsonaro chega a 48%, pra quem achava que era unanimidade, esse foi um baque previsto, por isso o esforço para a realização dessa manobra.
Em pesquisas atualizadas o atual residente do Palácio do Planalto e chefe do Poder Executivo da República Federativa do Brasil, está em segundo lugar atrás do ex-presidente e metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva nas intenções de voto para as eleições à serem realizadas em outubro de 2022. Num cenário de segundo turno a situação do bolsonarismo não melhora e o quadro é de uma derrota absoluta.
Eleições no Brasil e sua narrativa dramatica ajudam a aumentar o pânico do mercado, isso ajuda a disparada do dólar. (Foto:reprodução/OGlobo).
Para estudiosos e analistas dos pleitos eleitorais, Bolsonaro e Lula são belos exemplares de espécies que representam projetos populistas que, por causa de seu arcabouço, podem piorar ainda mais o sistema fiscal brasileiro. O que levaria o dólar a alturas inimagináveis como resposta do mercado para sua proteção no segundo semestre de 2022. Toda situação se torna ainda mais crítica pois o mercado não consegue vislumbrar uma possível terceira via que possa subjugar as outras duas forças que prometem antagonizar nas próximas eleições sem qualquer oponente que possa atrapalhar aquela disputa de egos.
Sócio-proprietário do Grupo Laatus, o estrategista-chefe, Jefferson Laatus, possui uma percepção que é bem mais cuidadosa, e que não crê na valorização do dólar em nenhum momento de 2022.
“Veremos pouca entrada de capital no país em um ano eleitoral tão preocupante, o que favorece o dólar . Vejo a moeda americana a R$ 6.”, analisa.
Um fato relevante apontado pelo estrategista foi o pífio desempenho do Brasil no que diz respeito ao crescimento projetado para o ano que vai começar, e isso pode prejudicar a já combalida moeda brasileira, o real. As especulações para o futuro do PIB (Produto Interno Bruto), não poderiam ser piores, estima-se progresso de 0,50% em 2022. Muitas corretoras já antecipam seus movimentos e apostam em mais um ano de estagnação para a economia brasileira.
De um lado o Fed do outro a cepa Ômicron deixam o Brasil sem uma escapatória. (Foto: Reprodução/FDR).
Fed X Ômicron
Além de todos os problemas que acarretam riscos que não deixam os mercados confortáveis, existe um outro que tem afligido todo o globo terrestre. E para piorar podem ser um entrave ainda maior, mesmo que temporário, para o fortalecimento do real. Apesar da pandemia atrapalhar, o maior problema é a alta na taxa básica de juro dos Estados Unidos da América, que pode ter precipitada para o primeiro semestre do ano que vem. Com os juros da maior economia do mundo se eleva a liquidez dos mercados ao redor do mundo perde tônus o que é bom para os títulos do tesouro norte-americano que ganha em atratividade como uma opção de investimento mais segura.
E a variante Ômicron também é um fator que gera aversão aos investidores por causa dos riscos que os mercados emergentes estão mais propensos a sofrer, isso tudo favorece o avanço não da variante de Covid-19, mas sim do aumento da moeda americana em detrimento do real. Não só a variante Ômicron favorece o dólar, mas qualquer outra cepa do corona que se surgir só beneficiará a moeda do Tio Sam.
A novidade que foi descoberta no continente africano e que vem se espalhando pelo mundo está assustando investidores em pregões espalhados ao redor do mundo por causa do anúncio se voltarão a fazer lockdown e alguns países do velho continente, essa medida enfraqueceria demais o fraco real diante da moeda americana.
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Mesmo com todas essas adversidades, existe uma luz no fim do túnel, pelo menos essas são as expectativas na visão de especialistas, para eles a moeda brasileira talvez sofra menos que seus concorrentes emergentes nesse novo cenário que vem se apresentando para 2022. “Não estamos otimistas, mas os juros no Brasil estão muito elevados, o que torna cada vez mais difícil desvalorizações adicionadas ao patamar em que o real já se encontra”, Afirma Godói.
Foto destaque: Reprodução/CorreioBraziliense.