Exclusivo: Ex-BBB Victor Hugo fala sobre ataques na web: ‘As pessoas tem que evoluir’

Thifany Fernandes Por Thifany Fernandes
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Victor Hugo foi um dos participantes do Big Brother Brasil 20, uma das maiores edições do reality global. Após deixar o confinamento, o maranhense enfrentou muitos desafios do lado de fora das telinhas, mas segue firme em busca de realizar todos os seus sonhos.

A passagem de Victor pelo programa, foi um tanto turbulenta aos olhos dos telespectadores. Em uma entrevista ao portal Lorena, ele contou que estar no BBB já foi uma grande realização, pois sabia que um dia isso faria parte de sua história. Entretanto, se sentia muito mal e sozinho lá e agiu diferente do que sempre imaginou.

Já se passou mais de um ano desde o fim da edição, mas o psicólogo afirma que pessoas ainda insistem em associar toda a sua vida ao tempo que esteve dentro do programa. “É muito louco isso. Quando ouço falarem alguma coisa, sinto que não estão falando de mim. Como as pessoas não me entendem, nem me conheceram o suficiente e acham que tudo que faço é sem noção. É muito chato, você não sabe seu lugar e nem o que fazer. Com isso vem uma ânsia, um desespero de querer se sentir bem, porque sofrer é ruim demais. Você só quer se divertir, ser feliz, ser alto astral, brincar, mas mesmo assim as pessoas julgam. É muito horrível”, conta.


Ex-BBB Victor Hugo fala sobre sua experiência no Big Brother. (Reprodução/Instagram)


Formado em Psicologia e Letras, com mestrado em Saúde Pública, o pesquisador já conquistou muitos títulos em sua vida. Atualmente, ele segue investindo na carreira artística, estando prestes a gravar um filme e o seu primeiro álbum. Nas redes sociais, o ex-BBB produz conteúdos para o público, além de compartilhar um pouco de sua rotina e projetos.

No entanto, o mundo digital nem sempre proporciona somente coisas boas e pessoas utilizam as plataformas para destilar mensagens de ódio. Durante o papo, Victor falou sobre os ataques que recebe em seu perfil: “Julgam porque pra eles é divertido, é uma diversão tóxica. Quem taca ‘hate’ está infeliz com a própria vida, mas eu não estou com a minha, pelo contrário. As pessoas tem que crescer, evoluir e temos que acabar com isso.”

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O psicólogo também falou sobre qual foi sua reação ao sair do confinamento, se participaria de mais algum reality, além de revelar qual é o seu maior sonho. Confira a entrevista completa:

 

Quando os participantes deixam o Big Brother, ficam assustados por perceber que a visão que tinham de dentro do reality é muito diferente da que o público tem aqui fora. Isso aconteceu com você?

Completamente. Só que no meu caso foi mais, tanto que no discurso do Tiago ele falou que eu vivia em uma realidade paralela. Acredito que isso vai muito da questão de eu não ter conseguido me encaixar, seja no jogo ou com algumas pessoas. Eu não estava na história principal e para o público ficou claro. Mas penso que cada um tem uma história para viver lá e não podemos ser refém do que aconteceu.

Eu tinha minhas questões, minhas noias e meus sofrimentos suficientes. Para mim foi horrível, muito ruim me ver sozinho e sem pessoas que podia confiar. Tinha aquelas dinâmicas e não fui nenhuma vez para o pódio de ninguém. Desgastei tanto meu psicológico que quando sai já não estava tão preparado. Tive que ser muito forte lá, todos os dias, não tive um dia de refresco. Achei que era algo que ficaria só no confinamento, mas não foi assim. Continuei na mesma pressão, parece que ficou pior ainda. Quando comecei a ter consciência do que falavam e pensavam de mim, tanto dentro, quanto aqui fora, foi assustador. Desesperador.

 

Você chegou assistir toda a sua edição?

Assisti tudo. Maratonei duas vezes. A primeira vez não consegui assistir direito, porque são tantos sentimentos e emoções que desassocia, parece que não é você, mas é. Só na segunda vez que fui realmente entender. Porém, só vi até o dia que eu sai, porque mexe muito com a gente.

 

Você vê todas as mensagens que recebe em suas redes sociais?

Eu procuro ver algumas as mensagens, mas não vejo tudo porque tenho muito medo. Antes não tinha, mas esse medo foi sendo desenvolvido por perceber que a cada dia que passa, a impunidade nesse país aumenta. Esse ódio coletivo é sempre inimaginável, então temo pelos meus, pela minha família, por mim, pela minha saúde mental ou o que ainda resta dela. Na internet a gente sempre erra, eu não errei ainda, mas já sei que vou errar, porque para as pessoas nunca estamos certos. É necessário ligar o botãozinho do dane-se e não pensar no que vão falar. A gente é exigido, as pessoas cobram, é muito difícil.

 

Você chegou a citar que assumir a sua assexualidade foi um ato de coragem. Você se arrepende de ter se assumido?

Jamais! Eu não me arrependo de nada. Não me arrependo de ter participado do Big Brother, de ter falado da minha assexualidade e nem das amizades ou inimizades que fiz. Temos que saber respeitar nosso momento. Arrependimento nunca combinou comigo, mas, tem coisas que sinto vergonha de ter feito. Por exemplo, ter ido para ao evento que peguei Covid. Fui porque era o primeiro convite que recebi e não sabia como ia ser a organização. Deveria ter questionado se todos seriam testados. Enfim, burrice! Eu poderia ter perdido minha vida por conta de uma pergunta que deixei de fazer.

O Big Brother pode não ter sido a melhor coisa na minha vida, mas me abriu portas. Hoje conheço pessoas incríveis, que me amam, me apoiam e me respeitam. Tenho vários fã clubes que me mandam mensagens de carinho todos os dias e que torcem para que eu consiga realizar minhas coisas. Então não me arrependo.

 

Você está com o projeto de lançar um CD. As músicas que compõe esse álbum são autorais?

São sim! A ideia delas é falar sobre fluxo do tempo. Eu parto do pressuposto de que o tempo não tem essa divisão que nós fazemos, ele é um só. Muitas vezes você está no futuro vivendo o presente, no presente vivendo o passado, assim como, o passado parece repetir o futuro. Todas abordam essa confusão que o tempo causa na gente, não diretamente e sim de maneiras diversas. São músicas para dançar, fazer pensar e tem algumas mais tristes, como um desabafo de coisas que passei. Sempre falo que esse álbum é um desafio e quero que saia com toda a riqueza do conteúdo.

 

Como estão suas expectativas com o lançamento?

Tenho certeza que o pessoal vai se identificar, pois todas as letras falam sobre momentos íntimos que todo mundo já compartilhou. Sinto também que vai ser uma oportunidade para conhecerem um outro lado meu, mais divertido e até mesmo ousado. Já estou com os roteiros dos clipes feitos, com todos os detalhes arquitetados para que aconteça da melhor maneira possível, só falta levantar a grana. Espero que eu consiga o mais rápido possível, porque estou ansioso para ver o resultado.

 

Você participaria de mais algum reality?

Eu adoro reality! Tenho projetos de realities escritos, inclusive, quero muito executá-los. Sempre gostei, acho que toparia qualquer um, gosto do formato, da emoção. No Big Brother eu amava as provas, aquela sensação antes é muito boa, quando você termina e ganha não tem preço. Dá vontade de se rasgar (risos). Sou muito competitivo.

 

Qual é o seu maior sonho?

Dar a volta por cima. Meu maior sonho é uma matéria de capa falando: “De humilhado á exaltado, como o Victor Hugo venceu. Como saiu da maior rejeição do BBB 20, de ataque de haters para uma história de sucesso”. É algo que eu deito e acordo pensando todos os dias. Também peço muito a Deus, que nunca me tire a capacidade de ser sincero. Não quero iludir as pessoas que me acompanham, quero muito ser lucido o tempo tudo. Me acusam, de ser fora da casinha, louco, de viver em uma realidade paralela, mas é totalmente ao contrário, sou muito pé no chão, não me vendi no Big Brother e não me vendi aqui fora. Quero que as pessoas se orgulhem e mudem a visão que elas têm sobre mim, que me vejam como alguém positivo, porque tudo que falam, não sou eu.

 

(Foto Destaque: Exclusivo | Ex-BBB Victor Hugo fala sobre ataques na web: ‘As pessoas tem que evoluir’. Reprodução/Instagram)

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