Ousmane Dembélé viveu, nesta segunda-feira (22), o maior momento de sua carreira. O atacante francês do Paris Saint-Germain foi eleito o melhor jogador do mundo e venceu a Bola de Ouro 2025, em cerimônia realizada no tradicional Théâtre du Châtelet, em Paris. Aos 28 anos, o camisa 10 do PSG superou o jovem espanhol Lamine Yamal (Barcelona) e o compatriota Vitinha, também do clube francês, que completaram o pódio.
Com a conquista, Dembélé entrou para a seleta lista de jogadores franceses a erguer o troféu, recolocando o país no topo do futebol mundial. A última vez que a França havia celebrado um vencedor foi em 2022, com Karim Benzema, então estrela do Real Madrid. Antes deles, nomes como Raymond Kopa (1958), Michel Platini (1983, 1984 e 1985), Jean-Pierre Papin (1991) e Zinedine Zidane (1998) haviam gravado seus nomes na história da premiação.
Temporada histórica com a camisa do PSG
O prêmio coroou uma temporada de números impressionantes. Em 2024/25, Dembélé disputou 60 partidas oficiais, marcou 37 gols e distribuiu 14 assistências. Mais do que estatísticas, ele foi o protagonista do PSG em conquistas inéditas e memoráveis: Champions League, Campeonato Francês e Copa da França.
A coroação em Paris tem um sabor ainda mais especial. Isso porque o PSG, que por anos buscou o tão sonhado título europeu, encontrou em Dembélé o jogador decisivo para mudar sua história. Ao lado de jovens talentos como Vitinha, João Neves e Désiré Doué, o francês liderou um elenco que, sem grandes estrelas midiáticas, conquistou a glória máxima da Europa.
Não à toa, o PSG também foi eleito o “clube masculino do ano”, reforçando a dimensão da temporada histórica. O treinador Luis Enrique, que comandou a equipe à tríplice coroa, recebeu o Troféu Johan Cruyff de melhor técnico, fechando uma noite de gala para os parisienses.
O top 10 da Bola de Ouro masculina
O ranking divulgado pela revista France Football mostrou o domínio do PSG e do Barcelona entre os melhores jogadores da temporada. Atrás de Dembélé, Yamal e Vitinha, apareceram nomes de peso como Mohamed Salah (Liverpool), Raphinha (Barcelona) e Achraf Hakimi (PSG). A lista dos dez primeiros teve ainda Kylian Mbappé (Real Madrid), Cole Palmer (Chelsea), Gianluigi Donnarumma (Manchester City) e Nuno Mendes (PSG).
O prestígio do elenco do PSG impressiona: seis jogadores do clube estiveram entre os 20 melhores do mundo.
Bonmatí segue reinando no futebol feminino
Na categoria feminina, a espanhola Aitana Bonmatí, do Barcelona, manteve sua hegemonia e conquistou a terceira Bola de Ouro consecutiva. Aos 27 anos, a meio-campista foi decisiva para o título do Campeonato Espanhol, da Copa da Rainha e da Supercopa. Embora tenha perdido as finais da Champions League e da Eurocopa Feminina, seu desempenho individual foi incontestável.
Com 16 gols e 11 assistências em 44 jogos, Bonmatí reafirmou sua condição de melhor jogadora do mundo. Assim, superou a compatriota Mariona Caldentey (Barcelona) e a inglesa Alessia Russo (Arsenal), que completaram o pódio.
O domínio espanhol no futebol feminino segue evidente: o Barcelona colocou várias atletas entre as dez melhores, incluindo Alexia Putellas, Patricia Guijarro e Ewa Pajor. Ao mesmo tempo, o Arsenal celebrou a conquista do prêmio de “clube feminino do ano”, após levantar a Champions League diante do próprio Barcelona.
Atleta do Barcelona Aitana Bonmatí (Foto: reprodução/Instagram/@aitanabonmati)
Kopa, Yashin e Gerd Müller: jovens, goleiros e artilheiros em destaque
A noite de gala também premiou jovens talentos, goleiros e atacantes que brilharam em 2025:
- Troféu Kopa masculino: Lamine Yamal (Barcelona) foi eleito o melhor jogador sub-21 pela segunda vez, confirmando sua ascensão meteórica no futebol europeu. O brasileiro Estêvão, revelado pelo Palmeiras e hoje no Chelsea, terminou em quarto lugar.
- Troféu Kopa feminino: A espanhola Vicky López, também do Barcelona, recebeu o prêmio pela primeira vez, aos 19 anos.
- Troféu Yashin masculino: O italiano Gianluigi Donnarumma, que brilhou no PSG antes de se transferir ao Manchester City, foi eleito o melhor goleiro.
- Troféu Yashin feminino: A inglesa Hannah Hampton, heroína da Eurocopa com a Inglaterra, venceu após defesas decisivas pelo Chelsea e pela seleção.
- Troféu Gerd Müller: Reconhecendo os maiores artilheiros da temporada, os vencedores foram Ewa Pajor (Barcelona), com 51 gols em 61 jogos, e Viktor Gyökeres (Arsenal), autor de 54 gols em 52 partidas pelo Sporting.
Prodígio do Barcelona Lamine Yamal (Foto: reprodução/Instagram/@fcbarcelona)
Um prêmio que também celebra solidariedade
Além das premiações esportivas, a noite reservou um momento emocionante. O Prêmio Sócrates, voltado a ações sociais, foi entregue à Xana Fundación, criada pela família de Luis Enrique em memória de sua filha. A instituição atua no apoio a crianças com doenças graves.
Esse gesto reforçou que o futebol vai além dos gols. Afinal, também é ferramenta de solidariedade, inclusão e transformação social.
Fundação que leva o nome da filha do treinador Luís Henrique recebe o prêmio que destinado a causas sociais (Foto: reprodução/Instagram/@tntsportsbr)
Uma noite para entrar na história
De modo geral, a Bola de Ouro 2025 mostrou que o futebol vive um período de renovação. Se por um lado Dembélé coroou sua maturidade, por outro jovens como Yamal e Vicky López confirmaram que o futuro já está em curso.
Assim, a cerimônia em Paris não premiou apenas craques de hoje, mas também apontou tendências para os próximos anos. Além disso, evidenciou o equilíbrio entre clubes franceses, espanhóis e ingleses, que seguem disputando espaço no topo.
Por fim, a noite entrou para a história como o momento em que Ousmane Dembélé, tantas vezes contestado, provou ser capaz de liderar dentro e fora de campo. Logo, o francês não apenas conquistou um prêmio, mas também escreveu seu nome definitivamente entre os grandes do futebol.
