Na semana passada, os atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank compareceram ao Tribunal de Almada, em Portugal, onde ocorreu o julgamento de Adélia Barros, uma portuguesa acusada de injúrias agravadas e difamação contra os filhos do casal, Titi e Bless. O episódio de racismo aconteceu em julho de 2022, na Costa da Caparica. Em entrevista ao jornal português O Público, o casal comentou sobre o ocorrido e a importância de estarem presentes no julgamento.
Agindo contra o racismo
A portuguesa Adélia Barros enfrenta acusações de dois crimes de injúria e dois de difamação com publicidade, além de calúnia, todos motivados por racismo. O processo movido por Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank está sob supervisão do Ministério Público de Portugal. Além disso, há um processo adicional relacionado à discriminação. Apesar das acusações, o advogado do casal, Rui Patrício, informou que o caso ainda não teve uma conclusão.
Durante o julgamento, Adélia Barros declarou que não se lembra dos atos cometidos, justificando que estava sob efeito de álcool no momento. Ela admitiu que o consumo de bebidas alcoólicas a transforma em “um monstro, uma pessoa feia”. Barros também mencionou que já tentou buscar tratamento para o problema com o álcool, mas sofreu diversas recaídas, incluindo uma após o incidente com os filhos do casal.
Giovanna Ewbank destacou que o racismo é uma forma de violência que não pode ser ignorada ou minimizada. Ela ressaltou que, como pais, ela e Bruno se sentiriam falhos se não agissem contra essa agressão dirigida aos seus filhos e a outras pessoas. Além disso, ela mencionou que permitir que o racismo passe sem punição seria também uma falha em termos de responsabilidade humana. Para Giovanna, combater o racismo não é apenas uma obrigação familiar, mas um dever de todos os cidadãos, reforçando a importância de agir contra esse tipo de violência.
A atriz também revelou que os filhos ficaram receosos de voltar a Portugal após os ataques racistas. “Eles se sentiram muito inseguros e retraídos. Minha filha, que sempre foi muito alegre e comunicativa, só agora, este ano, começou a se abrir novamente. Ambos precisaram fazer terapia”, contou Giovanna, destacando o impacto emocional profundo que o incidente teve nas crianças.
A família Ewbank Gagliasso pediu uma indenização de 35 mil euros a Adélia Barros, conforme sugestão da equipe jurídica do casal. Essa medida foi tomada porque, além da questão criminal, os danos causados também precisam ser reconhecidos e compensados de acordo com a lei. No entanto, os advogados esclareceram que o valor da indenização não será destinado nem às crianças, nem aos pais, mas sim para uma doação.
“Qualquer indenização que o Tribunal determinar será doada à associação portuguesa SOS Racismo, que luta por essa causa tão relevante”, declararam os advogados ao jornal.
Tratando assunto de forma séria
A decisão de comparecer pessoalmente ao tribunal foi uma forma de demonstrar a seriedade com que eles encaram o caso e o compromisso de lutar por justiça não apenas para seus filhos, mas para qualquer pessoa que sofra esse tipo de agressão. Segundo Giovanna, a presença no julgamento também reflete os valores em que o casal acredita: a luta contra o racismo e a busca por um mundo mais justo, onde crimes de ódio sejam devidamente punidos.
O caso teve grande repercussão tanto no Brasil quanto em Portugal, evidenciando o quanto o racismo ainda é uma questão social a ser combatida em diferentes partes do mundo. A postura de Giovanna e Bruno ao buscar justiça para seus filhos reforça a importância de não deixar impunes atos de violência e preconceito, mostrando que é possível enfrentar essas situações com coragem e determinação.