Após vídeo publicado no início da tarde deste domingo (08), a atriz brasileira Gabriela Duarte, que relatou os momentos de tensão que estava vivendo em Israel, conseguiu um voo para sair do país com os filhos, durante a madrugada.
A atriz, que viajou para a cidade israelita de Tel Aviv, com os dois filhos, um dia antes dos bombardeios realizados pelo grupo Hamas, conseguiu desembarcar nesta segunda-feira (09) na cidade de Praga, República Tcheca.
Em suas redes sociais, Duarte mencionou que, do hotel onde está hospedada, conseguiu ouvir o ataque de um míssil às 6h30 da manhã. Além disso, ela contou que outro míssil havia caído ao lado do hotel na noite anterior.
Segundo a atriz, a viagem ao país do Oriente Médio estava planejada há muito tempo, pois queria apresentar aos filhos a história e cultura do pai deles, que é judeu. Gabriela Duarte diz que não esperava encontrar Israel em situação de guerra.
Outros brasileiros também tentam sair do país e o governo brasileiro está enviando aviões para o país, no intuito de resgatar esses brasileiros. Espera-se que o primeiro avião retorne ao Brasil na terça-feira (10).
Início dos ataques
No sábado (07), o grupo palestino Hamas, realizou um ataque surpresa a Israel, lançando milhares de foguetes e ultrapassando as barreiras existentes entre Israel e a faixa de Gaza.
Para muitos estudiosos, o ataque mostrou para o mundo que o potencial de fogo e de organização do grupo Hamas, reconhecido por alguns países como um grupo terrorista, é maior do que o esperado.
Apesar de Israel controlar o espaço aéreo e marítimo da faixa de Gaza, o grupo conseguiu montar uma ação sem levantar suspeitas. Destruindo as barreiras que separam o território e causando o maior ataque já realizado pelo grupo na região de Israel.
Mais de 1000 pessoas morreram, por conta do confronto, outras estão desaparecidas ou foram sequestradas, segundo as autoridades de Israel. O país também lançou bombas na direção de Gaza, como resposta aos ataques, causando cerca de 500 mortes no local.
Cerca de duzentos corpos são encontrados em festa realizada próxima a faixa de Gaza (Vídeo: reprodução/Youtube/@uol)
De acordo com o governo de Israel, as forças militares já retomaram o controle das comunidades invadidas pelo grupo, mas há ainda confrontos isolados.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, declarou situação de privação em Gaza, não haverá envio de alimento, eletricidade ou combustível. Não foi informado por quanto tempo essas medidas ficarão em vigor.
História por trás do ataque
O ataque ocorreu no dia seguinte ao 50° aniversário do ataque surpresa do Egito e da Síria, em 1973, a Israel, que ficou conhecido como a Guerra do Yom Kippur.
Para os judeus o Yom Kippur é uma data importante, também conhecido como o dia do perdão, por isso o conflito, que se intensificou em 1948, quando Israel foi reconhecido internacionalmente como um País, ocorreu neste dia, como uma forma de demonstrar a insatisfação dos países com a instalação de Israel.
O grupo Hamas, segundo especialistas internacionais, não deve ter escolhido a data de forma aleatória. Há anos o grupo tenta ter seu território reconhecido como parte da Palestina.
Desde os tempos romanos, os territórios da Cisjordânia, Gaza, Israel e Jerusalém Oriental formavam a Palestina, por isso, o povo palestino reconhece, até os dias de hoje, essas regiões como um só lugar.
Atualmente, a região de Gaza, um território de apenas 360 km², que contém mais de dois milhões de habitantes, é comandada pelo grupo Hamas, porém a região é cercada por Israel e pelo Egito, esses territórios controlam a entrada de armas, alimentos, energia e diversos outros produtos.
No entanto, outros países, como o Irã, enviam munições e treinamentos para Gaza, como forma de demonstrar apoio à região. Para especialistas internacionais, após o último ataque realizado pelo grupo Hamas, existe a desconfiança de que outros países, como o Catar ou Arábia Saudita, deem apoio a faixa, de forma não declarada.
Foto destaque: Gabriela Duarte. Reprodução/Instagram/@gabidu