Zé Celso aceitou participar de somente uma novela: Cordel Encantado

Flavia Bueno Araujo Por Flavia Bueno Araujo
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José Celso Martinez Corrêa, que faleceu nesta Quinta-feira, aos 86 anos, além de ser diretor e dramaturgo, era também ator. Avesso à televisão, curiosamente trabalhou em somente uma novela durante a sua vida profissional: ele interpretou o personagem Amadeus, em “Cordel Encantado”, na TV Globo em 2011.

Detesto novela, não vou assistir de jeito nenhum. Trabalho à noite fazendo teatro. Aceitei fazer a novela porque há potencial para diferentes tipos de linguagem, e a possibilidade de fazer um teatro eletrônico na tv”. Disse ele em entrevista. Afinal, o sucesso do diretor Ricardo Waddington, que teve como protagonistas: Cauã Reymond, Bruno Gagliasso e Bianca Bin, tinha uma semelhança com os seus trabalhos.


Zé Celso no papel de Amadeus. (Reprodução: Zé Paulo Cardeal/TV Globo/Arquivo)


O dramaturgo quase desistiu do papel ainda na festa de lançamento do folhetim. Por que as primeiras cenas precisavam ser gravadas na Europa e quando ele chegou ao aeroporto de Guarulhos disse: “não vou mais”. Mas aí conversou com Waddinton e resolveu ir.

Sobre a trama de Thelma Guedes e Duca Rachid: ‘Cordel Encantado’, que girava em torno do romance entre uma princesa européia (Bianca Bin) com o filho do rei do cangaço (Cauã Reymond), Celso afirmou que era diferente e empolgante, porque em sua opinião, “a Globo estava expandindo a vertente da arte”. Opinou.

O convívio com o diretor nos bastidores do folhetim, deixou muitas histórias e boas impressões nos atores na época. Carmo Dalla Vecchia o via como um “homem com o espírito do mundo dentro dele e que se divertiu demais com a vida.” e Amora Mautner falou que “trabalhar com o Zé em Cordel Encantado foi único e mágico“. Definiu.

Já o dramaturgo elogiou Amora em entrevista ao Gshow: “Gostei muito da Amora, muito bonita, ela tem um ‘quê’ de Madonna e dirige muito bem. Na França, eu saquei o trabalho que dá fazer uma novela, mas eu adoro esses desafios. Todo mundo foi maravilhoso comigo, gravamos em lugares lindos”. Confessou, admirado.

E brincou afirmando que o motivo real de nunca ter feito trabalhos na tv até o momento, era “porque não tinha tempo e estava em um efeito coelho: produzindo e criando muito!” Falou.

Zé Celso Martinez começou sua carreira no teatro em 1958 com a peças “Vento forte para papagaio subir” e “A Incubadeira”. E desde então tornou-se um dos maiores nomes da dramaturgia no Brasil. Foi inclusive o fundador do famoso “Teatro Oficina”.

 

Imagem em destaque: Zé Celso. (Reprodução/[email protected])

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