Na última segunda-feira (16), Sean ‘Diddy’ Combs, também conhecido como Puff Daddy ou P. Diddy, foi preso em um hotel em Manhattan, Nova Iorque, e levado sob custódia. O produtor musical, rapper e empresário de 54 anos enfrenta sérias acusações, incluindo agressão física, abuso e tráfico sexual.
O advogado de Diddy, Marc Agnifilo, declarou que a prisão é “injusta” e defendeu a inocência de seu cliente, afirmando que ele não tem nada a esconder. Mesmo se declarando inocente, o pedido de fiança de Diddy foi negado duas vezes pela Justiça, o que o mantém detido no Metropolitan Detention Center, no Brooklyn, aguardando o início do julgamento.
Sean ‘Diddy’ Combs no palco do Billboard Music Awards de 2022 (Foto: reprodução/Ethan Miller/Getty Images Embed)
A trajetória de Diddy
Sean John Combs nasceu no Harlem, bairro de Manhattan, Nova Iorque, e iniciou sua carreira musical como estagiário na Uptown Records, em 1990. Na gravadora, ele rapidamente se tornou diretor artístico na empresa. Porém, após ser demitido em 1993, ele fundou sua própria gravadora, a Bad Boy Records.
Com a Bad Boy, Diddy conquistou notoriedade na indústria musical sendo referência do Hip-hop da Costa Leste dos Estados Unidos, especialmente com o sucesso do rapper Notorious B.I.G., considerado um dos melhores rappers de todos os tempos. Mesmo após a trágica morte de Biggie, Diddy continuou relevante na indústria musical, colaborando com diversos artistas como Mary J. Blige, Usher, Lil’ Kim, TLC, Mariah Carey e Boyz II Men. Ele também alcançou sucesso solo, ganhando Grammys pelo single “Can’t Nobody Hold Me Down” e pelo álbum “No Way Out”.
Magnata do Hip-Hop
Além de seu impacto na música, Diddy expandiu seus negócios para outras áreas. Ele é proprietário da Revolt TV, um canal de televisão focado em música e cultura, e possui as marcas de roupas e acessórios Sean John e Sean by Sean Combs. Também tem investimentos em startups tecnológicas e é embaixador das marcas de bebidas Ciroc e DeLeon. Em 2022, a Forbes listou Diddy como o terceiro artista do Hip-hop a se tornar bilionário, com uma fortuna estimada em 1 bilhão de dólares, ficando atrás apenas de JAY-Z.
Acusações graves e futuro incerto
Diddy enfrenta uma acusação federal detalhada em um documento de 14 páginas, que o descreve como líder de uma organização criminosa responsável por abusar e explorar sexualmente mulheres durante anos. Segundo o processo, ele obrigava supostamente as vítimas a participar de orgias movidas a drogas, ameaçando-as com violência ou com a retirada de apoio financeiro caso resistissem.
As primeiras denúncias vieram à tona em novembro de 2023, quando sua ex-namorada, a cantora Cassie Ventura, entrou com um processo alegando que foi traficada, abusada fisicamente e estuprada durante o relacionamento de uma década com o magnata. O caso foi rapidamente encerrado com um acordo financeiro no dia seguinte, sem que Diddy assumisse qualquer culpa.
Desde então, outras acusações surgiram. De acordo com relatos, Diddy organizava festas chamadas de “Freak Offs”, onde as mulheres, muitas vezes sob efeito de drogas, eram forçadas a realizar atos sexuais que eram gravados e utilizados para chantageá-las. Um vídeo de 2016, recentemente divulgado, mostra o rapper agredindo Cassie em um hotel de Los Angeles.
Se condenado por todas as acusações, Diddy pode enfrentar penas que variam de 15 anos até prisão perpétua, colocando em risco toda a sua trajetória como um dos maiores nomes do Hip-hop e empresário de sucesso.