Famosos se juntam na web para combater abusos sexuais infantis na ilha de Marajó

Markus Gallo Por Markus Gallo
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Aymeê Rocha na apresentação (Reprodução/YouTube/@aymee)

Na última sexta (16), a cantora gospel Aymeê apresentou a canção autoral “Evangelho de Fariseus” no Dom Reality. A música expões a questão dos abusos sexuais de menores na Ilha de Marajó, Pará. Após a apresentação, diversos famosos aderiram à causa através das redes sociais.

Celebridades como Joelma, Rafa Kalimann e Thaila Ayala se pronunciaram publicamente em relação aos crimes sexuais na ilha e pediram medidas do poder público. A cantora paraense Joelma foi às redes criticas a situação em Marajó e pediu para que seus fãs clamem às autoridades “ações e respostas urgentes”.

“Infelizmente a realidade da Ilha do Marajó, no nosso Pará, é triste, repugnante e absurda. Lá existe o menor IDH – Índice de Desenvolvimento Humano e há um grande esquema de tráfico humano e exploração sexual infantil. Precisamos dar luz a essa causa, clamar aos políticos, autoridades e órgãos públicos ações e respostas urgentes”

Joelma via Instagram @joelmaareal

Rafa Kalimann no trabalho voluntário no continente africano (reprodução/Instagram/@rafakalimann)

Rafa Kalimann também utilizou suas redes para denunciar o cenário na Ilha de Marajó. A ex-BBB, conhecida por seus trabalhos humanitários gravou um vídeo em que diz: “Cabe a nós, é de reponsabilidade nossa exigir, apontar o dedo e dar voz para essas denúncias tão sérias. Algo precisa ser feito agora em relação a essas crianças.  Compartilhe, falem sobre e vejam o que está acontecendo. Tem muita informação rolando”. Além da fala, Kalimann também postou um fio em suas redes no qual explica mais detalhadamente o cenário.

“Você sabe o que está acontecendo na Ilha de Marajó? Trafico humano e prostituição infantil. Se vocês estão acompanhando as notícias, nesse momento sabem que está acontecendo na Ilha de Marajó, no Pará, diversas denúncias de exploração sexual de crianças por parte da população local. Os moradores da Ilha voltaram a cobrar de políticos, autoridades e órgãos públicos ações para combater os casos de tráfico humano de menores de idade para prostituição sexual. O tema ganhou ainda mais repercussão na última sexta-feira, com um vídeo em que a cantora Aymee Rocha fala sobre o desaparecimento de uma criança em sua canção. Esse vídeo reacendeu esse tema tão delicado e urgente. Vale lembrar que a Ilha de Marajó abriga o município com o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil. A região abriga um grande esquema de tráfico e prostituição de menores, carrega consigo a tristeza da miséria que atinge suas comunidades e consequentemente a exploração sexual infantil, tráfico humano, pedofilia e demais crimes, principalmente com crianças e adolescentes. Entre as causas dessa realidade, destaca-se a omissão e passividade do governo local. É nosso dever enquanto pessoas públicas, tomar iniciativa, partido e ajudar a tornar esse caso ainda mais conhecido pelas pessoas. É nosso dever como cidadãos apontar o dedo e dar voz a uma causa tão absurda que pessoas em condições precárias estão passando!”

Rafa Kalimann via Instagram @rafakalimann

A cantora Ludmilla repostou o fio de Kalimann em suas redes. Já a atriz Thaila Ayala falou dos diversos “Marajós” que existem pelo Brasil. Lembrou também que, além da enorme quantidade de casos de abusos sexuais de menores que são registrados, ainda há uma série de crimes da mesma natureza que não são denunciados.


“Evangelho de Farises” – Aymeê (Vídeo: reprodução/YouTube/AYMEÊ)

Outros famosos, como MC Daniel, Gkay e Juliette defenderam a causa. Além de explicar a situação de Marajó, eles reafirmaram o compromisso de utilizar de sua fama para que cada vez mais pessoas se informem e se solidarizem com o caso.

Situação no Brasil

De acordo com o “Mapa dos Desaparecidos no Brasil”, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), 200.577 registros de desaparecimento foram abertos no Brasil entre 2019 e 2021. Desse total, 29,3% são de jovens entre 12 e 17 anos, 2,8 vezes maior que a média nacional. Junta-se a esse número 3,1% de menores de 12 anos. Apesar do grave caso da Ilha de Marajó, vale ressaltar que o Pará está longe dos maiores números de desaparecimento de jovens, tanto em números totais quanto em números relativos.

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