Taís Araujo e Lázaro Ramos ressaltam a importância da representatividade preta no audiovisual 

Manuela Miniguini Por Manuela Miniguini
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Foto destaque: Taís Araújo e Lázaro Ramos em ensaio de fotos (Reprodução/Lailson Santos/VEJA)

O Festival Negritudes Globo chegou em peso na capital fluminense neste dia 17 de maio. O evento, que é gratuito ao público, teve os ingressos esgotados em pouco tempo. Como solução, a emissora carioca disponibilizou uma transmissão do festival através do Globoplay para todos os públicos, inclusive não-assinantes. Dois dos diversos convidados a palestrar nessa sexta-feira foi o casal Taís Araújo e Lázaro Ramos, durante a palestra “Histórias que atravessam um oceano”. 

O festival

O Festival Negritudes produzido pela Globo nasceu em junho de 2022, e sua primeira edição aconteceu na cidade de São Paulo. O evento surgiu da ideia de discutir e trocar experiências entre artistas e figuras midiáticas na intenção de tornar o Brasil um país mais inclusivo em relação a pessoas pretas na esfera tanto do audiovisual, quanto na esfera física.  

No site oficial da Globo, o grupo esclarece que a intenção é “ver o Brasil cada vez mais representado na construção de narrativas reais ou de ficção, afinal, o país tem 115 milhões de pessoas que se declaram pretas ou pardas. Isso significa 55% de toda a população, segundo o IBGE”.


Publicação de divulgação do evento pela Globoplay (Foto: Reprodução/@globoplay/Instagram)


Nesse ano de 2024, o Festival teve sua primeira edição no Rio de Janeiro, no Galpão da Cidadania, nesta sexta-feira, 17 de maio. O evento contou com seis mesas de conversa, diversas atividades e um show de encerramento. Os portões abriram às 9 horas da manhã, e ao longo do dia pôde-se notar a presença de figuras notáveis da televisão brasileira como Regina Casé, Thelma Regina, Maju Coutinho, Sheron Menezzes, Taís Araújo,  Lázaro Ramos e muitas outras. 

Os ingressos do evento acabaram rapidamente e, como solução à alta demanda, a emissora resolveu transmitir tudo pelo seu próprio streaming, Globoplay.

A participação de Taís e Lázaro

A presença do casal Taís Araújo e Lázaro Ramos estava prevista para a quarta discussão do dia, das 15h às 15h45, junto da atriz congolesa refugiada no Brasil, Prudence Kalambay. O tema da mesa era “Histórias que atravessam um oceano”, e o objetivo era debater como histórias conectam e rompem fronteiras entre povos, pessoas e sociedades. A mediação foi feita pela jornalista Lilian Ribeiro. 


Trecho da edição do Festival Negritudes do ano de 2023 (Vídeo: Reprodução/@taisdeverdade/Instagram) 


A conversa dos três artistas, na verdade, foi um reencontro. Em 2023, Prudence esteve na plateia do evento e resolveu homenagear Taís e Lázaro cantando uma canção em sua língua materna com sua neta no colo, e ainda revelou aos atores que aprendeu português assistindo à dupla nas novelas do plim-plim. Esse ano, além de debater junto do casal, Kalambay teve a chance de presentear os dois com tecidos de sua terra natal. 


Prudence Kalambay na plateia do Festival Negritudes no ano de 2023 (Vídeo: Reprodução/@somosglobo/Instagram)


Durante a conversa, os atores discutiram também sobre a importância da representação preta no audiovisual. 


“Acho que ‘Mister Brau’ mexia nesse lugar muito importante e bastante carente no nosso povo que é a autoestima. O ‘Mister Brau’ vinha para preencher isso, ele vinha para dizer: ‘somos bonitos, poderosos, possíveis, inteligentes, estratégicos. A gente é tudo isso que eles falaram que não podem”

Taís Araújo

“Mister Brau”, a série referida pela atriz era protagonizada por Taís e Lázaro, e contava a história de um casal composto por um cantor famoso e uma empresária que ascenderam de vida e se mudam para um condomínio de luxo. Apesar de viverem brigando, um não vive sem o outro, e jamais esquecem de sua origem humilde. 

O exemplo de Taís também despertou a memória de Lázaro em relação à “Medida Provisória”, primeiro filme que Ramos dirigiu em sua carreira. 


“Tinha um caminho que precisava ser aberto, e eu comecei a dirigir, a produzir. E fico muito feliz de ver que esse movimento, hoje, é de uma galera… É uma turma que tá aí mostrando exatamente a potência das nossas histórias”

Lázaro Ramos.

Essa vivência comentada pelo ator reproduz a importância da representatividade não só nas telas e linha de frente, mas também em todas as esferas do audiovisual, como a produção e direção de conteúdos. 

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