Durante sua participação no videocast “Grande Surto”, de Fernanda Paes Leme na última segunda-feira (23), o pagodeiro com mais de duas décadas de carreira, Thiaguinho, falou sobre o período de sua vida em que enfrentou o burnout, e como sua vida foi influenciada na época.
O desabafo de Thiaguinho
O burnout do cantor ocorreu pouco antes de deixar o grupo Exaltasamba, do qual fez parte de 2003 a 2012, tendo lançado seu primeiro álbum solo no mesmo ano. Devido à síndrome, o compositor tinha sérias crises que o impediam de deixar sua residência e realizar os deveres profissionais que precisava.
Durante as crises, não se reconhecia. Sair para fazer shows lhe causava palpitações, fora o choro que por vezes vinha antes de sair para seus compromissos.
Inicialmente, Thiaguinho nem mesmo sabia o nome do que tinha. O nome só ficou conhecido para si após se inteirar sobre o assunto, pela preocupação e zelo com sua saúde mental, e perceber que havia passado exatamente por aquilo que estava lendo.
Lemes disse ao cantor que talvez o burnout tivesse ocorrido pois ele não gostaria de estar fazendo shows naquele momento, não queria estar ali naquela hora, ao que o artista replicou. O compositor atestou que, na época, sentia como se não existisse opção, e fosse obrigado a participar de toda e qualquer apresentação, pois estar no grupo era seu sonho, e seu sonho agora estava no auge.
Síndrome de Burnout
Segundo o Ministério da Saúde, o burnout é um distúrbio emocional que ocorre por sintomas como exaustão extrema, estresse e esgotamento físico, que ocorrem por trabalho desgastante, seja pela escala inumana, muita responsabilidade, ou mesmo a alta competitividade.
Tomando mais notoriedade agora, inicialmente pode-se acreditar ser apenas uma crise de ansiedade, ou uma sensação que logo passará, quase como uma brisa; contudo, o burnout é muito mais grave.
Em uma década, os afastamentos de trabalho causados por este distúrbio aumentaram em quase 1000%. Em 2023, 421 pessoas foram diagnosticadas pelo INSS e foram afastadas de seus serviços, em 2014, o número foi de 41 pessoas.
Especialistas indicam ainda que este número é muito maior, na realidade. Entretanto, médicos acabam se confundindo no momento de identificação, não sabendo se se trata de burnout, ou outros transtornos vinculados ao trabalho.
Isso explica parte do aumento dos casos, fora o nível de cobrança que subiu muito no ambiente profissional, e o acesso à informação que escalou com os celulares, fazendo com que a população tenha mais entendimento do que ocorre, e tenha acesso a esses dados.