“A Cor Púrpura”: confira a crítica da nova versão cinematográfica

Renato Lagoas Por Renato Lagoas
4 min de leitura
Pôster do filme (Divulgação/Warner Bros Pictures)

O famoso romance escrito por Alice Walker, “A Cor Púrpura”, lançado em 1982 ganhou uma nova versão cinematográfica em 2023, dirigida por Blitz Bazawule. Anteriormente a obra já foi adaptada para as telas pelo aclamado cineasta, Steven Spielberg, logo três anos após seu lançamento e futuramente, em 2004, ganhou a roupagem de musical na Broadway, adaptado por Marsha Norman.


Assista ao trailer do filme “A Cor Púrpura” (Vídeo: reprodução/Youtube/Warner Bros Pictures Brasil)

Sinopse

O filme acompanha a vida de Celie Harris, que sofre abusos físicos e psicológicos de seu patriarca, que a obriga a morar com um fazendeiro local em troca de recursos, repetindo assim o ciclo de violência que Celie sofria. Ao longo da trama musical, Celie conhece pessoas e passa por situações que mudam completamente o rumo de sua vida e sua forma de lidar com o mundo ao redor.

Uma nova roupagem

Existem nítidas mudanças entre as diferentes versões da história original, o que é compreensível, afinal, o que vem a partir do livro é uma adaptação, sendo assim, o filme de Spielberg não é exatamente igual ao livro, e consequentemente o musical se distancia mais ainda. Todavia, as três versões da mesma história se sustentam sozinhas como obras próprias, já o filme de 2023 busca se aproximar das duas adaptações antes vistas, fazendo assim um filme musical.

A escolha de trazer a história de Celie Harris para a esfera do cinema como um musical foi uma escolha ousada e difícil do diretor ganês, visto que o filme se prontifica a se assemelhar ao musical da Broadway mas com elementos narrativos presentes no filme de 1985, funcionando como uma mistura das duas adaptações, o que traz beneficios e maleficios para o filme.

Visando se influenciar pelas duas adaptações, o projeto de 2023 acaba deixando de fora elementos cruciais presentes no livro, como alguns acontecimentos importantes que impactam diretamente no desenvolvimento de alguns personagens, e algumas músicas marcantes produzidas para músical. Ou seja, a interpretação ideal, é assistir ao filme de 2023 sem nenhum laço comparativo entre quaisquer obras e analisar ele como uma história própria.

O filme como uma nova obra se sustenta, visto que possui uma história interessante que faz o espectador se apegar aos personagens apresentados e se encantar com os números musicais que se entrelaçam com a trama e demonstram a mensagem que está sendo passada na cena. Além de abordar temas delicados e importantes, como abusos domésticos, ciclos de violência, machismo e racismo, tudo é intensificado e explícito visto o período histórico que o filme se passa.

Vale ressaltar também que as atuações são o ponto mais alto do filme, a grande maioria do elenco entrega excelentes atuações que chamam a atenção do público, conseguindo captar e expressar os sentimentos e pensamentos dos personagens. Tanto que Danielle Brooks e Colman Domingo seguem como os favoritos para ganhar o Oscar de “Melhor Ator/Atriz Coadjuvante”.

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