O plano da Netflix para acabar com o compartilhamento de senhas

Nicolas Pegorare Por Nicolas Pegorare
4 min de leitura

Em 2023, o streaming vai iniciar a mudança nos Estados Unidos, no começo do ano.

O fim do compartilhamento de senhas da Netflix já é uma realidade. A gigante do streaming deve iniciar a mudança pelos EUA em 2023. Em seguida deve ser implementado nas demais regiões.

São mais de 100 milhões de usuários que utilizam o serviço em contas de terceiros. O início dessa transição deve se dar com a Netflix enviando e-mails a essas pessoas sugerindo que elas assinem o próprio plano, pagando de forma devida pelo conteúdo.

Com certeza a mudança vai gerar muito hate por parte dos consumidores, mas a empresa já se preparou para a rejeição. O co-CEO da Netflix Ted Sarandos já alertou seus investidores no início de dezembro: “Não se engane, não acho que os consumidores vão adorar logo de cara.”

Vale lembrar que o perfil da empresa no twitter já fez trocadilhos com compartilhamento de senhas, mas na ocasião, ela incentivava os usuários a fazer.


<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”en” dir=”ltr”>Love is an addiction.</p>&mdash; Netflix (@netflix) <a href=”https://twitter.com/netflix/status/840268619305037824?ref_src=twsrc%5Etfw”>March 10, 2017</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script> 

Netflix no Twitter. Reprodução/Twitter 


Mas essa mentalidade mudou ao longo dos anos. Em março o streaming já testava uma forma de tentar brecar o compartilhamento de senhas. A Netflix tentou cobrar seus usuários por compartilhamento de perfil.

Na época, o usuário pagava um adicional de R$15,00 para permitir o uso da conta em outra residência. A funcionalidade se chamava “adicione um membro extra” e permitia que o usuário principal criasse um novo perfil. Dessa forma, um indivíduo de fora teria acesso  a conta, mas contando com seu próprio login e senha, assim como recomendações personalizadas pelo algoritmo.

Essa estratégia foi testada em três países do mercado latino. Peru, Costa Rica e Chile.

O principal motivo das estratégias mirabolantes para o fim do compartilhamento de senhas é a baixa nas assinaturas do serviço. A Netflix havia perdido cerca de 200 mil assinantes no começo de 2022, e segundo ela, o grande vilão foram as senhas compartilhadas.

A Netflix não é o único streaming a cobrar por um plano coletivo. O spotify faz isso também. Mas no setor audiovisual já é bem diferente. A HBO Max, por exemplo, permite três telas simultâneas ao preço mensal de R$27,90. São só 2 reais a mais que o plano básico da Netflix. Agora a Disney+ permite até quatro telas pelos mesmos R$27,90.

O fim do compartilhamento de senhas mostra a tentativa desesperada da Netflix de recuperar pelo menos uma parte de seus usuários, afinal a companhia contabilizou em 2022 mais de 100 milhões de lares usando contas de terceiros, sem pagar por isso. Além disso, essa é a primeira vez em uma década que o número de assinantes diminuiu. 200 mil a menos no começo do ano e com uma expectativa de fechar 2022 com 2 milhões de baixas.

A outra estratégia que já está em vigor pela empresa é um plano mais barato. Agora os usuários novos podem assinar o plano “básico com anúncios”. A assinatura tem um preço competitivo de R$18,90 por mês, mas os telespectadores têm de lidar com anúncios constantemente. Além disso, esse plano conta apenas com uma tela, impossibilitando o compartilhamento.

 

Foto de destaque: Netflix em tela de celular. Reprodução/Pixabay 

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