A atriz brasileira, Fernanda Torres, revelou em coletiva de imprensa esta sexta-feira (18), suas expectativas com o longa “Ainda Estou Aqui“. Em fala bem-humorada, a atriz pede poucas expectativas com relação ao Oscar, considerado “a última fronteira” para a comunidade artística. “Eu acho que o filme tem muita chance de estar entre os estrangeiro. Estamos trabalhando para aparecer em outas categorias, além de filme internacional“, apesar da baixa expectativa, a atriz está contente com o alcance do longa.
Um filme brasileiro com longo alcance
Aos 59 anos, a filha de Fernanda Montenegro considera a nomeação de um ator brasileiro, falando português, um sucesso. “[…] Ele já ganhou. Pode estourar champanhe, entendeu? Vai para lá sem expectativa, porque não vai levar [o Oscar]. Já está no lucro. Quero explicar isso para as pessoas já ficarem contentes, entendeu?”. A fala fez referência à mãe, Fernanda Montenegro, indicada ao prêmio em 1999 com o filme “Central do Brasil“.
“Ainda Estou Aqui” estréia em 7 de novembro para o público brasileiro. Além de Fernanda Torres, o elenco conta com a participação de Fernanda Montenegro, Selton Mello e Marjorie Estiano. A produção passou recentemente pelo Festival de Veneza, onde foi ovacionada por cerca de 10 minutos pelo público e levou para casa o prêmio de Melhor Roteiro.
O longa conta com a direção do premiado Walter Salles, 68, responsável por grandes sucessos como “Central do Brasil” (1999), “Abril Despedaçado (2001)” e “Diários de Motocicleta” (2004). Salles foi eleito em 2023 pela Forbes, o cineasta mais rico do mundo, desbancando o americano George Lucas.
O filme também passará também na 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, entre os dias 17 e 30 de outubro. Com três sessões durante o evento, o público reclamou da falta de ingressos, rapidamente esgotados.
Uma história em meio à ditadura militar
Sobre os Anos de Chumbo, Fernanda Torres ressaltou a importância de abordar o tema, em especial entre os mais jovens. “Tem toda uma geração de pessoas que nunca viveu a ditadura. Então é muito difícil explicar. Ao mesmo tempo, os mais de 20 anos de democracia, embora a gente tenha avançado muito, não resolveram a questão da desigualdade, da insegurança, e acho que há um fenômeno em que talvez parte desses jovens ache que talvez o problema seja a democracia, o que é perigosíssimo”, reflete a atriz.
“Ainda Estou Aqui“, é baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva. Durante a Ditadura Militar no Brasil dos anos 1970, Eunice Paiva (Fernanda Torres), tem seu marido e ex-deputado federal, Rubens Paiva (Selton Mello), desaparecido após ser levado por militares à paisana. Responsável pelo lar e os filhos, Eunice se torna advogada e defensora dos direitos humanos. A história é baseada em fatos reais. O escritor Marcelo Rubens Paiva é filho de Eunice e Rubens Paiva, retratados no longa.