O “Agente Secreto”, novo longa de Kleber Mendonça Filho, foi apontado como um dos principais favoritos da premiação Gotham Awards. Segundo a revista Variety, o longa é amplamente cotado para vencer na categoria de Melhor Roteiro Original, reforçando o reconhecimento que obteve e que acompanha sua trajetória desde a estreia mundial no Festival de Cannes.
Além do destaque para o diretor e roteirista, o longa também conta com a indicação na categoria de Melhor Performance Protagonista, com Wagner Moura concorrendo ao lado de nomes como Ethan Hawke, Jennifer Lawrence e Jessie Buckley. A presença do ator brasileiro nesta disputa evidencia o alcance internacional da obra e a força de sua atuação.
O Thriller Político
Ambientado no Recife de 1977, “O Agente Secreto” acompanha o especialista em tecnologia Marcelo (Wagner Moura), que retorna à sua cidade natal em busca de refúgio no período ditatorial. Semeada em um território permeado por vigilância, paranoia e ameaças invisíveis, a trama retrata um espaço onde o passado e presente políticos se misturam aos avanços tecnológicos.
Trailer oficial do longa “O Agente Secreto” (Vídeo: reprodução/Youtube/Vitrine Filmes)
O longa expõe a sociedade brasileira dos anos 70, trazendo temas como repressão estatal, restrição de direitos e a relação entre tecnologia e mecanismos de controle. Assim como outras obras dirigidas por Mendonça Filho, o longa articula a crítica política ao imaginário cinematográfico para revelar tensões que ainda ressoam no Brasil contemporâneo.
Momento histórico para o cenário do cinema nacional
O elenco reúne nomes de peso do cinema brasileiro, entre eles Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Hermila Guedes, Carlos Francisco, Alice Carvalho e Roberto Diogenes, além do ator alemão Udo Kier, que já havia trabalhado com Mendonça em “Bacurau” e faleceu recentemente aos 81 anos. A união das atuações guia a atmosfera de suspense que conduz a narrativa.
No Festival de Cannes deste ano, “O Agente Secreto” teve um desempenho histórico: Kleber Mendonça Filho venceu o prêmio de Melhor Direção e Wagner Moura levou o troféu de Melhor Ator. A produção também foi reconhecida com a Premiação de Cinema de Arte e o prêmio da crítica da FIPRESCI, consolidando sua relevância no circuito internacional. O filme segue em cartaz no Brasil, mobilizando público, crítica e ampliando a visibilidade do cinema político nacional.
