OO longa “Ainda Estou Aqui” é, sem dúvida, um dos maiores sucessos recentes do cinema brasileiro, conquistando tanto o público quanto a crítica ao nível global. Frequentemente, imaginamos que seja difícil para uma produção nacional ultrapassar as fronteiras e alcançar reconhecimento internacional, mas o filme tem desafiado essa percepção com um desempenho impressionante no exterior.
Com uma recepção calorosa tanto no Brasil quanto fora dele, “Ainda Estou Aqui” — ou “I’m Still Here”, como é conhecido internacionalmente — tem sido aclamado por críticos ao redor do mundo, especialmente após a vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro 2025. Este feito gerou grande curiosidade entre os estrangeiros, que finalmente puderam conferir a obra.
Uma das primeiras críticas de destaque veio do prestigiado The New York Times, nesta quinta-feira (17), sem poupar elogios e servindo como um excelente termômetro para avaliar a aceitação global do filme de Walter Salles.
Fenômeno dentro e fora das telas
O longa, que está em cartaz nos cinemas brasileiros desde o início de novembro do ano passado, só será lançado nos cinemas internacionais amanhã, dia 17 de janeiro. No entanto, a crítica especializada internacional já teve acesso ao conteúdo antes mesmo de sua estreia no mercado global, gerando grande expectativa em torno da recepção do filme fora do Brasil.
Um dos principais e mais influentes veículos de comunicação globais, o The New York Times publicou uma crítica repleta de elogios, tanto ao longa-metragem quanto à atuação de Fernanda Torres. O veículo destacou a qualidade da produção e a intensidade da performance da atriz, reconhecendo seu talento em dar vida ao papel de forma marcante e impactante de uma história que emociona qualquer um, independentemente da nacionalidade.
Além disso, a crítica foi além das telas, enaltecendo a verdadeira Eunice Paiva, interpretada magistralmente por Fernanda Torres. A crítica descreveu Eunice como fascinante, destacando sua complexidade e profundidade emocional, elementos que a tornam uma presença inesquecível na trama.
“Este é o momento em que o filme gira em torno de Eunice, que não é apenas a heroína no filme, mas também na vida real. Este filme é a história dela: ela é uma mulher cuja vida foi despedaçada, decidindo que não será intimidada. Ela não apenas criará uma vida para seus filhos sob imensas probabilidades repressivas, mas também se dedicará a mudar o mundo.”
No entanto, o paralelo com a realidade não parou por aí. O jornal também destacou a representação da política brasileira no período retratado no filme, traçando conexões com outros grandes longas latinos, como “Argentina, 1985”. Além disso, não deixou de comentar o impacto atual de “Ainda Estou Aqui”, que continua a gerar discussões e agitar temas políticos pertinentes, trazendo à tona questões ainda vivas e relevantes no cenário contemporâneo brasileiro.
‘Fernandas’ e o The New York Times
Antes mesmo de toda a comoção e a curiosidade internacional em torno da identidade de Fernanda Torres, nós, brasileiros, já a considerávamos um verdadeiro tesouro nacional há décadas. A eterna Fátima de “Tapas e Beijos”, que, aliás, fez seu legado crescer ainda mais após sua vitória no Globo de Ouro, viu o número de espectadores de suas produções disparar nos serviços de streaming. A consagração de Torres, tanto no Brasil quanto no exterior, só reafirma a importância de seu trabalho e o impacto duradouro de sua carreira.
Entretanto, além do reconhecimento dos brasileiros, o jornal norte-americano também demonstrou uma verdadeira obsessão por Fernanda. Em dezembro de 2024, publicaram uma matéria sobre ela e sua mãe, Fernanda Montenegro, na qual destacavam a possibilidade de Fernanda filha “vingar” a mãe na corrida pelo Oscar — uma referência à derrota de sua mãe, que perdeu o prêmio, que estava sendo indicada por “Central do Brasil”, também de Walter Salles, para Gwyneth Paltrow em 1999. O artigo, carregado de emoção e reverência, ressaltava a conexão entre as duas gerações e a chance de redenção de Torres no cenário internacional.