O ex-atacante do Corinthians e Flamengo e atual comentarista de futebol pela Rede Globo, Casagrande, fez uma matéria para o Globo Esporte fazendo uma reflexão sobre as atitudes de Daniel Alves em sua passagem pelo São Paulo. Casão falou sobre o fato de não conhecermos a personalidade de Daniel Alves de fato: “Enquanto o Daniel Alves jogava em grandes clubes da Europa, ganhando muitos títulos, pouco se sabia sobre sua personalidade.”
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Personalidade de Daniel Alves
“Ele nunca foi o protagonista dos times em que jogou. As informações que tínhamos do Barcelona eram sobre Messi, não sobre Daniel Alves. Depois, na Juventus, ninguém falava do Daniel, mas do Cristiano Ronaldo, que ainda jogava no Real.”, disse Casagrande para o GE.
O comentarista ainda relembrou a passagem do lateral-direito no PSG, clube em que Daniel supostamente havia feito uma “panela” com o astro brasileiro Neymar:
“Teve aquela cena ridícula, desrespeitosa, em que ele arrancou a bola do Cavani, que já estava lá há um bom tempo, e deu para o Neymar bater a falta. Aquilo demonstrou como ele era dentro de um grupo.”
Momento em que Daniel Alves tira a bola de Cavani para que Neymar possa cobrar a falta (Foto: Reprodução / SportTV)
Um líder dentro de campo?
E então, Casagrande falou sobre a passagem de Dani Alves no São Paulo, clube que esperava que o campeão olímpico fosse um líder dentro de campo para os seus companheiros, por conta de toda sua experiência na Europa. Os torcedores que também acreditaram que Dani fosse cumprir esse papel, hoje, veem o jogador como alguém que quis ser maior que o próprio clube paulista. Casão comentou sobre o jogador ter escolhido a tão “sagrada” camisa 10 do tricolor, “pegou a número 10, quebrando a história de uma camisa importante, que já tinha sido vestida por grandes ídolos, como Gerson, Pedro Rocha e Raí.”
(Foto: Reprodução / São Paulo FC)
“Ele foi jogar no meio para tentar mostrar qualidade em uma posição na qual é preciso ser um craque para fazer a diferença, e não um ótimo lateral-direito.”
“Os jogos foram passando, e as coisas aparentemente indo bem, até chegar a hora em que a equipe precisou de uma liderança. Todos pensavam que seria o Daniel. Mas ele não demonstrou liderança alguma.”
Intocável no São Paulo
O ex-campeão da Liga dos Campeões pelo Porto falou como Daniel Alves era intocável aos olhos do ex-técnico do São Paulo, Fernando Diniz. O qual teve sua fama no clube por sempre dar bronca e surtar com seus jogadores em campo, citando o caso com o meia tchê tchê, onde o treinador disse “Tem que jogar, c… seu ingrato do c…, seu perninha do c…, seu mascaradinho do c…, vai se f…”.
“Quando começou a se falar na demissão do Fernando Diniz, ele saiu em forte defesa do treinador, que mantinha sua condição de jogar muito mal e não ser substituído nunca. Vimos o treinador ofender um jogador, o Tchê Tchê, ao vivo. Mas com ele, nem uma bronquinha tinha.”, disse Casagrande.
Estrelismo do lateral-direito
Casagrande comenta mais uma vez a tentativa frustrada de Daniel Alves ao tentar ser pela primeira vez, a grande estrela de um time, comparando-o até mesmo com o Messi. Mas ao não conseguir, quis deixar o tricolor paulisa e acabou deixando-o na mão, para ganhar mais um título pela Seleção Brasileira.
Medalha Olímpica de Ouro em 2021 (Foto: Reprodução / Alexander Hassestein / Getty Images)
“O Daniel Alves evitou jogar a sétima partida no campeonato. Ele já estava querendo sair do São Paulo. Sua tentativa de ser um “Messi” falhou porque ele está longe de ter a qualidade e o poder de decisão do craque argentino.”
“Ele esteve como titular, falhando, no massacre contra o Palmeiras, sendo eliminado da Libertadores. Depois disso, não jogou mais.”
“Deixou o time na mão e foi para a Olimpíada ganhar mais um título. Voltou, foi convocado pelo Tite para as eliminatórias e não se apresentou mais ao São Paulo.”
“Não se faça de vítima, Daniel.”
O ex-artilheiro corinthiano, também falou sobre o vitimismo de Dani, ao ter cobrado a falta de respeito do São Paulo ao rescindir seu contrato:
“Cobrou o que o Tricolor lhe devia, com toda razão, mas não aceitou nenhuma tentativa de acordo que a diretoria fez. Resolveram rescindir o contrato, e saiu falando de falta de respeito.”
“Aí ele pareceu se achar mais importante do que o próprio clube.”
“Esta semana, ele deu uma entrevista. Criticou a diretoria e disse que ficar no São Paulo atrapalharia o sonho de ir para a Copa. E disse que o clube não tinha condições de tê-lo. Para mim, isso é se fazer de vítima. Não se faça de vítima, Daniel.”
(Foto: Reprodução / Paulo Vainer / Acervo GQ)
Por fim, Casagrandre fala sobre a ilusão que Daniel Alves causou em todos que acreditavam que sua volta ao futebol brasileiro seria grandiosa e sobre a “hombridade” que o jogador alegou ter em suas redes sociais.
“…todos nós achávamos que ele tinha, tipo liderança, talento para jogar no meio, ser um cara de grupo. Nos enganamos feio.”
“Ele disse que não vai jogar até o final do ano. Alegou que não é por dinheiro, mas por hombridade. Se fosse assim, poderia ter aceitado a proposta do Fluminense, que era ótima para qualquer jogador.”
Encerrando seu texto, Casão fala sobre a seleção: “Termino esse texto lembrando que a seleção brasileira precisa de jogadores com amor pela camisa de verdade, não da boca para fora. Todo tipo de amor aparece com atitudes, e não com palavras.”
Foto Destaque: Reprodução / Instagram