Essa briga é “briga de cachorro grande”, como dizem por aí. De um lado estão os americanos da Liberty Media, os donos da Fórmula 1 desde 2017 e os responsáveis do crescimento da categoria, principalmente, no cobiçado mercado norte-americano. De outro está Mohammed Bem Sulayem, atual presidente da FIA e apoiado pelo ex-dirigente Bernie Ecclestone.
O foco da discussão é que desde o fim do GP de Mônaco no último domingo (29) muito se tem falado sobre a mecânica do incidente dos carros da Red Bull Racing (RBR) tocando a linha de saída dos boxes durante a corrida. Falou-se também sobre a mudança do entendimento da regra a cerca do tema, que deixou de punir quem, simplesmente, tocasse a linha para punir apenas quando “um pneu cruzasse toda a linha”.
Imagem da câmera onboard do carro de Charles Leclerc (Ferrari) que mostra a saída polêmica de Max Verstappen (RBR) no GP de Mônaco, domingo (29). (Foto: Reprodução/GE)
A principal causa de toda essa polêmica é outro ponto ainda, que também tem incomodado muita gente do mundo do automobilismo: a falta de transparência que marca a atual gestão do saudita na FIA. Isto desde o seu início, em novembro de 2021. Dentre alguns fatores em questão estão: regras nunca cobradas – como a punição das joias – ganhando ‘tolerância zero’ por motivos inexplicáveis. Há outras que, por sua vez, sempre foram bem objetivas como a proibição de tocar a linha na saída dos boxes, passando pela subjetividade de que os comissionários esportivos que ganharam “poder” e devem decidir “quando um pneu inteiro cruzou a linha ou não”.
Toda essa confusão enquanto em outros esportes estão em busca de suas decisões para que estas fiquem cada vez mais claras para o público, já a FIA dá gigantescos passos atrás, diminuindo cada vez mais a transparência das avaliações e punições, apenas aumentando a confusão para os amantes e fãs da principal categoria do automobilismo.
A polêmica da linha foi apenas a “cereja do bolo” num tumultuado fim de semana e corrida pelas ruas de Monte Carlo. E como era previsto toda essa postura da entidade começou a desagradar tanto a empresa como as equipes. Além do orgulho e da briga política, existe também um motivo financeiro por trás de toda essa confusão. Atualmente a FIA, depende quase que exclusivamente da receita gerada pela F1. Enquanto isso, a Liberty Media, dona comercial do negócio quer reduzir este percentual.
Foto Destaque: Mohammed Bem Sulayem, presidente da FIA, no paddock do GP de Mônaco 2022. (Foto: Reprodução/GE)