No último fim de semana, a 37ª rodada da Ligue 1 Uber Eats, o nome oficial para o Campeonato Francês, foi marcada por um protesto contra a homofobia que envolveu todos os 20 times que disputam o torneio. Mas, um fato chamou a atenção. Segundo o jornal “Le Parisien”, o volante do Paris Saint-Germain, Idrissa Gana Gueye, se recusou a entrar em campo contra o Montpellier, fora de casa, e o motivo teria sido que ele não queria ser associado à causa, por questões religiosas. O fato, é claro, gerou diversas reações pelo país e o PSG ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.
Todo ano, a Liga Profissional de Futebol da França (LFP) participa do Dia Mundial contra a homofobia, que acontece em 17 de maio – neste ano será nesta terça-feira). Os jogadores que disputam o torneio nacional tiveram os números nas costas das camisas pintadas com as cores do arco-íris, em referência à bandeira LGBTQIA+. E, pelo segundo ano seguido, o camisa 27 não atuou nas datas próximas ao protesto.
Dí Maria e Messi: jogadores do PSG participaram de campanha contra homofobia no fim de semana. (Foto: Reprodução/GE)
Na entrevista coletiva após a partida de sábado (14), o técnico argentino Maurício Pochettino disse que Gueye viajou para Montpellier em condições normais, ou seja, sem lesão e, consequentemente, apto para jogo, mas que ficou de fora por “razões pessoais”.
O jornal francês noticiou no dia seguinte a partida – domingo (15) que o senegalês teria ficado fora pelo motivo já exposto anteriormente (acima). Tal posicionamento do atleta provocou desconforto e entristecimento dentro do clube parisiense. A associação contra a homofobia no esporte chamada Rouge Direct cobrou uma explicação do jogador, do clube e da LFP: “Homofobia não é uma opinião, mas um crime. A LFP e o PSG têm que pedir para Gana Gueye se explicar, e rapidamente. E sancioná-lo se necessário” – declarou.
Nesta segunda-feira (16), a política francesa Valérie Pécresse, presidente do conselho regional Île-de-France, da maior região do país, cobrou sanções ao jogador do time da capital francesa: “Um jogador de futebol, em especial do PSG, são figuras de identificação para os nossos jovens. Eles têm o devem de servir de exemplo. A recusa de Idrissa Gana Gueye de se juntar à luta contra a homofobia não pode continuar sem punições”, declarou via rede social (Twitter).
Já campeão e só cumprindo tabela enquanto aguarda o fim da competição, o PSG voltou a vencer após três rodadas (empates contra Lens, Strasbourg e Troyes), goleou por 4 x 0 no Stade de La Mosson. Os gols foram marcados por Dí Maria, Mbappé e Messi (duas vezes).
Foto Destaque: Idrissa Gana Gueye, o jogador do PSG que se recusou a participar de campanha contra homofobia. (Foto: Reprodução/GE)
