O Manchester City conquistou a sua primeira edição da UEFA Champions League na história ao vencer a Internazionale de Milão por 1 a 0 neste sábado (10), no Estádio Olímpico Atartürk, em Instanbul, na Turquia. O gol da partida foi de Rodri, no segundo tempo do jogo.
A vitória sacramenta não somente o debute do clube inglês na competição europeia, como também a primeira conquista internacional do City desde a Recopa Europeia da temporada 1969/1970; a tríplice coroa na temporada 2022/2023 – somando as conquistas da Premier League da Copa da Inglaterra; e compensa os investimentos financeiros aplicados no clube após a aquisição pelo Abu Dhabi United Group (ADUG), em 2008, que beiram os 2,35 bilhões de euros em quinze anos. A empresa da família real dos Emirados Árabes Unidos foi a principal investidora do clube ao longo dos 15 anos seguintes, visando exatamente a conquista continental e o crescimento do clube.
Esta é a primeira conquista internacional de Pep Guardiola pelos citizens, a terceira em sua carreira – as duas anteriores foram pelo Barcelona, nas temporadas 2008/09 e 2010/11 -. Ele iguala a Zinedine Zidane e Bob Paisley, que conquistaram a mesma quantia de Champions por Real Madrid e Liverpool, respectivamente. Todos os jogadores do elenco, com exceção de Steve Carsson – vencedor com o Liverpool na temporada 2004/2005 -, conquistaram a competição pela primeira vez, apesar de parte deles já jogarem a final anteriormente, tanto pelo City, quanto por outros clubes.
Julián Álvarez, do Manchester City, entrou para a lista de jogadores que conquistaram a UEFA Champions League, a Libertadores da América e a Copa do Mundo. A competição sul-americana veio em 2018, pelo River Plate, enquanto as seguintes foram alcançadas na temporada 2022/23, sendo a Copa do Mundo em 2022, no Catar.
Em campo, apesar do primeiro tempo sem muitos lances de impacto por parte dos dois times, os citzens dominaram a posse de bola e o ritmo do jogo, com 62%. O estudo de jogo de ambas as equipes acarretou em uma disputa ferrenha no meio campo, o que gerou contra-ataques importantes ao logo da partida.
No segundo tempo, com os times arriscando mais jogadas e ensaios táticos, surgiram mais oportunidades de gol, principalmente por parte do clube inglês. Após o gol de Rodri, em passe desviado de Bernardo Silva, a reação da Inter foi suficiente para trazer perigo para o clube inglês, mas não para empatar e levar a partida para a prorrogação. Ederson, goleiro dos citizens, foi o principal fator para a mantenência do placar, principalmente nos minutos finais da partida. Na linha, porém, as conduções e criações de Ilkay Gündogan foram essenciais para chegar ao gol, principalmente após a saída de Kevin De Bruyne, ainda no primeiro tempo, por suspeita de lesão.
Jogadores do Manchester City comemoram título após o apito final (Foto: reprodução/Revista VEJA)
PRIMEIRO TEMPO
Apesar de a primeira etapa ser, por um todo, morna para uma final, com muitas tentativas de criação de jogadas, mas poucas execuções e finalizações. Ambas as equipes finalizaram quatro vezes, sendo duas a gol por parte do Manchester City e uma da Inter de Milão. O Manchester City atingiu 62% da posse de bola, mas não as converteu em criações precisas.
Ambos os times entraram com o meio campo povoado e esquemas de três zagueiros: O City iniciou a partida com dois volantes, dois meias laterais e dois meias centrais que avançavam ao ataque, enquanto a Inter apostou num 3-5-2 clássico.
A primeira chance de perigo saiu logo aos três minutos de partida, com o Manchester City: na saída de bola de Onana, a bola sobrou para a equipe inglesa construir a jogada. Erling Haaland, livre de marcação, recebeu de De Bruyne e finalizou por cima do gol do goleiro da Inter. Aos cinco, Bernardo Silva repetiu o feito do norueguês.
O jogo se tornou uma área de estudos dos times ao longo da etapa, com poucas finalizações e muitas trocas de passes no meio campo. A finalização perigosa mais recente surgiu aos 26 minutos, com a inciação de Rodri pelo meio. Gündogan trocou passes para De Bruyne e o camisa 17 acionou Haaland. O centroavante, por fim, finalizou no braço de Onana. Dois minutos depois, De Bruyne conduziu a bola pela esquerda e, após ajeitar, finalizou pelo meio, de fora da área. Onana encaixou e saiu com a bola.
Aos 29 minutos, De Bruyne sentiu lesão e foi substituído por Phil Foden. Apesar de o camisa 17 insistir por ficar em campo, a decisão final foi do treinador, visando o resultado e evitar a piora da situação física do jogador. A situação repetiu o caso da temporada 2020/2021, quando o meia se machucou durante a final contra o Chelsea, vencida pelo clube londrino.
SEGUNDO TEMPO
Na etapa final, ambas as equipes arriscaram mais jogadas e deram mais finalizações a gol, principalmente a Inter após o gol sofrido. O City aproveitou as brechas dadas pelo clube italiano nas pontas para chegar ao gol do título, mas teve que ceder sua posse de bola em troca. A Inter “acordou” após o gol e trouxe muito perigo ao gol dos citizens, porém, sem conseguir o empate. A entrada de Lukaku auxiliou um ataque que, mesmo com Lautaro Martínez, não trazia tamanha efetividade. Ederson foi o fator principal para manter o placar em 1 a 0, uma vez que defendeu parte dos cinco chutes a gol dos Nerazzurri, principalmente nos minutos finais da partida.
A sequência de lances importantes veio a partir dos 12 minutos de jogo: em um recuo de bola errado pela esquerda, Lautaro Martínez, mesmo sem ângulo, chutou em cima de Ederson. A situação gerou a gravação do momento em que Pep Guardiola agacha em campo clamando para que o lance não resultasse em um gol da Inter de Milão.
Cena de Pep Guardiola na lateral do campo após lance de perigo de Lautaro Martínez (Foto: reprodução/YouTube/TNT Sports Brasil)
O único gol do City – o do título – aconteceu aos 23 mintuos: Akanji conduziu a bola pelo meio e, perto da grande área, acionou Bernardo Silva pela direita. O camisa 20 recuou a bola e, ainda dentro da área, após desvio no passe, Rodri chutou de primeira, sem chance para a marcação ou para o goleiro Onana, que não esperavam pela finalização. Damian e Çalhanoglu atrapalharam, também, a visão do arqueiro da Inter.
Apesar de não ser efetiva, a reação da Inter de Milão foi imediata: três minutos após o gol, na sobra de bola após afastamento errado do Manchester City, Dimarco cabeceou por cima de Ederson. A bola, que bateu no travessão, sobrou para o camisa 52 que, de cabeça, parou no companheiro Lukaku. A defesa do City afastou na sequência. Este foi o lance que, junto ao fator da derrota, resultou em ofensas racistas por parte dos torcedores do clube italiano, durante e após a partida, nas redes sociais do jogador belga.
Aos 31 minutos, Rodri acionou Foden pelo meio. O camisa 47 conduziu até a grande área, porém, finalizou rasteiro. Onana defendeu em dois tempos. Na sequência, uma ligação direta para Lautaro quase resultou em gol.
A persistência da Inter de Milão persistiu no final da partida: aos 42 minutos da etapa, pela esquerda do campo, Gosens inverteu a bola para Bellanova, que acionou Brozović. O camisa 77 cruzou na grande área e o número 8, novamente, fez o passe, dessa vez para Lukaku. O centroavante belga, de cabeça, parou em Ederson, com uma defesa feita com os pés. Rúben Diaz, de cabeça, afastou para a linha de fundo.
O goleiro do Manchester City teve tempo de operar outro milagre após o cabeceio de Gosens, em cobrança de escanteio. A sobra gerada por sua espalmada foi para a linha de fundo, uma vez que Brozović não dominou corretamente. O juíz, a seguir, apitou o final da partida e confirmou o título inédito dos citizens.
Melhores momentos de Manchester City 1 x 0 Inter de Milão (Reprodução/YouTube/TNT Sports Brasil)
PRÓXIMOS JOGOS
Ambas as equipes entram de férias antes de focar na pré-temporada para 2023/2024.
A próxima partida do Manchester City será amistosa, no dia 26 de julho, contra o Bayern de Munique, às 07h30 (horário de Brasília), no Estádio Nacional do Japão, em Tóquio. Já a Inter de Milão voltará a campo no dia seguinte ao City, em um também amistoso contra o Al-Nassr (Arábia Saudita), com horário a confirmar, no estádio Yanmar Field Nagai, em Osaka, também no Japão.
Foto Destaque: jogadores do Manchester City comemoram título com capitão Gündogan levantando a taça. Reprodução/Reuters/ge