O atacante Robinho ex-Santos e Milan foi condenado pela Corte de Cassação da Itália e sentenciado a nove anos de prisão por violência sexual de grupo. Além do jogador, Ricardo Falco, amigo de Robinho, também foi condenado. O julgamento aconteceu na Corte de Cassação de Roma, equivalente ao Supremo Tribunal Federal no Brasil. Os advogados de Robinho tentaram um último recurso nesta manhã, mas foi prontamente negado pela justiça italiana.
Apesar de condenados em última instância, Robinho e Falco não serão extraditados para a Itália, já que a Constituição de 1988 proíbe que brasileiros sejam extraditados, o tratado de cooperação judiciária entre Brasil e Itália de 1989, que ainda está em vigor, não impõe que condenações da justiça italiana sejam cumpridas no Brasil.
Portanto, Robinho e Falco correm risco de serem presos caso realizem viagens ao exterior, mas é necessário que o Estado italiano emita um pedido internacional de prisão, que poderia ser cumprido em qualquer país da União Europeia.
O advogado da vítima, Jacopo Gnocchi, apelou para que a justiça brasileira coopere com a justiça italiana para que sentença seja cumprida: “Mais de 15 juízes analisaram o caso em primeira, segunda e terceira instância e confirmaram o relato da minha cliente. Agora é preciso ver como será o cumprimento dessa pena, o Brasil é um grande país e espero que saiba lidar com essa situação. Para nós, a sentença deve ser cumprida. Se fosse na Itália, ele iria para a prisão. Agora a bola estará com o Brasil, que tratará isso com base na sua Constituição” Afirmou.
Robinho era jogador do Milan na época do crime. Foto: Reprodução/Twitter
Entenda o Caso:
O crime cometido por Robinho e seu amigo aconteceu em Milão na madrugada do dia 22 para o dia 23 de janeiro de 2013, na boate chamada Sio Cafè, em Milão na Itália. Na época, Robinho era um dos principais jogadores do Milan. De acordo com a Procuradoria da cidade, além de Robinho e Falco, outros quatro brasileiros participaram da violência sexual contra uma mulher de origem albanesa. Apenas Robinho e Falco foram acusados, os outros quatro brasileiros, amigos do atleta, são apenas citados nos autos.
A vítima foi à boate acompanhada de uma amiga para comemorar seu aniversário de 23 anos, segundo à denúncia, o crime aconteceu em um camarim do estabelecimento.
A justiça italiana instalou escutas no carro do jogador que serviram para confirmar a versão da vítima, segundo uma juíza do caso.
Robinho deixou a Itália em 2014, quando já havia sido chamado para depor no inquérito, afirmou que teve relação com a vítima, mas que havia sido consensual e sem outros envolvidos, em 2017 o jogador foi condenado. Em 2020, o saiu a sentença em segunda instância, e as juízas do caso destacaram “particular desprezo” de Robinho com a vítima, que foi “brutalmente humilhada”, e o que consideraram uma tentativa de enganar a Justiça italiana com uma “versão dos fatos falsa e previamente combinada” com os outros envolvidos.
Em Outubro de 2020 o Santos anunciou o retorno do Robinho ao clube, mas devido à pressão da torcida e dos patrocinadores, o clube suspendeu o acordo, que acabou sendo encerrado posteriormente.
Foto Destaque: Robinho durante reapresentação no Santos em 2020. Foto: Reprodução/Santos FC