Flamengo e prefeitura firmam acordo sobre potencial construtivo

O clube projeta arrecadar aproximadamente R$ 500 milhões por meio do CEPAC da Gávea para a construção no Gasômetro

Ana Carolina Piragibe Por Ana Carolina Piragibe
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Foto Destaque: Landim e Eduardo Paes assinam termo de compromisso para potencial construtivo da Gávea (Reprodução/ge/Foto: Letícia Marques)

Na manhã desta segunda-feira(25), um importante passo foi dado para o futuro do Flamengo e do futebol carioca: o clube rubro-negro e a Prefeitura do Rio de Janeiro assinaram um termo de compromisso que visa viabilizar a construção de um novo estádio no Gasômetro. Essa iniciativa inovadora contará com o uso do potencial construtivo da sede do clube, localizada na Gávea. De acordo com as estimativas do Flamengo, o resultado da obtenção de recursos com o Certificado de Potencial Adicional de Construção (Cepac) pode gerar um montante significativo de cerca de R$ 500 milhões, o que representa uma oportunidade valiosa para alavancar o projeto.

O custo total para a edificação do novo estádio é avaliado em aproximadamente R$ 2 bilhões. O acordo de intenções firmado com a prefeitura inclui a elaboração de um Projeto de Lei por parte do Município, que estabelecerá uma operação consorciada. Essa operação permitirá a transferência dos direitos de construção associados à Gávea, algo que já foi conquistado pelo Vasco, que busca realizar a reforma de seu estádio, São Januário. Entretanto, o rival ainda enfrenta desafios com os atrasos na regulamentação desse processo

A questão do Cepac foi crucial para que a diretoria do Flamengo passasse a acreditar na viabilidade do projeto do novo estádio. A capacidade de gerar receitas significativas através desse mecanismo financeiro pode permitir que o clube siga em frente, sem a necessidade de recorrer a uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), modelo que vem sendo discutido por diversos clubes. No caso do Flamengo, porém, isso pode ser contornado graças a essa estratégia bem articulada. Assim, o Flamengo se posiciona de forma otimista em relação ao futuro do seu novo lar esportivo, que promete transformar o cenário do futebol no Rio de Janeiro.


Sede do Flamengo
Sede do Flamengo na Gávea (Foto: reprodução/Flamengo/Gilvan de Souza)

Rodolfo Landim

Rodolfo Landim, no início do evento, destacou que a prefeitura desempenhou um papel crucial ao desapropriar o terreno e renegociar o potencial construtivo dele para outras áreas. Ele mencionou que a administração municipal está colaborando na mediação com a AGU e direcionando o potencial construtivo da Gávea como recurso específico para a construção do novo estádio. Landim fez uma análise rápida e concluiu que essa colaboração, que incluiu a retirada do potencial construtivo do terreno desapropriado e a oferta do potencial da Gávea, representa um impacto financeiro aproximado de R$ 1 bilhão para ajudar na realização do estádio.

O evento ocorreu no salão nobre da Gávea, reunindo várias personalidades, incluindo o prefeito Eduardo Paes, o secretário de esportes Guilherme Schleder, o deputado federal Pedro Paulo, e dirigentes do Flamengo, como o presidente Rodolfo Landim e os vices Marcos Bodin e Marcos Braz. Também estiveram presentes o CEO Reinaldo Belotti e dois candidatos à eleição do clube em dezembro, Rodrigo Dunshee e Maurício Gomes de Mattos.

Eduardo Paes

O prefeito Eduardo Paes em entrevista, falou que o Flamengo não recebeu gratuitamente da prefeitura o terreno, mas pagou um valor justo por ele. A prefeitura pretende enviar um projeto de lei para isentar o clube do pagamento do Cepac, justificando que se trata de um investimento de utilidade pública. O Flamengo, como uma instituição com forte vínculo público, embora administrada de forma privada, necessita de incentivos que devem ser proporcionados pela administração pública. Paes afirmou que estão criando condições para que o Flamengo exerça um direito já existente na Gávea, visto que o poder público não permitiu construções na área que pertence ao clube.

Ele mencionou que a prefeitura está facilitando o acesso a recursos equivalentes a R$ 500 milhões para ajudar na construção do estádio, com a exigência de que esses recursos sejam utilizados exclusivamente para esse fim. O prefeito explicou que o projeto ainda não foi enviado à Câmara de Vereadores devido à proximidade do término da legislatura atual, optando por encaminhá-lo à nova câmara, que tomará posse em breve. Ele demonstrou satisfação em permitir que o Flamengo consolide sua posição, mesmo que, como vascaíno, isso lhe cause desconforto.