Desde a chegada de Memphis Depay ao Corinthians, em setembro do ano passado, a expectativa sobre o futuro da camisa 10 era grande. O número, tradicionalmente destinado aos principais jogadores do elenco, foi utilizado por Rodrigo Garro na última temporada, mas já estava prometido ao holandês no momento de sua contratação. A disputa silenciosa entre os dois finalmente teve um desfecho: Memphis acionou uma cláusula contratual e garantiu a posse da numeração a partir de fevereiro deste ano.
Garro começou em 2024 vestindo a camisa 16, mas, após a saída de Matías Rojas no começo da temporada, assumiu a 10. Durante o ano, o argentino se consolidou como peça-chave no meio-campo alvinegro, participando de 62 jogos, marcando 13 gols e distribuindo 14 assistências. No entanto, com a chegada de Memphis, os holofotes passaram a mudar de direção.
Cláusula garante a mudança
A chegada do astro holandês foi uma das contratações mais midiáticas do Corinthians nos últimos anos. Com 30 anos, Memphis rapidamente mostrou seu valor e ajudou a transformar o desempenho da equipe. Em apenas 14 partidas, balançou as redes sete vezes e foi essencial na arrancada do tempo na reta final do Brasileirão. Junto com Garro, foi protagonista da campanha que fez o Corinthians sair da luta contra o rebaixamento para garantir uma vaga na Pré-Libertadores, com uma sequência impressionante de nove vitórias consecutivas.
Apesar do bom desempenho de Garro, a mudança na numeração foi significativa. Uma cláusula no contrato de Memphis garantia que, a partir de fevereiro, ele teria o direito de vestir a camisa 10. De acordo com informações da ESPN, o jogador fez valer o seu contrato, retirando o número do argentino.
Mesmo com a cláusula em vigor, membros da diretoria alvinegra evitaram comentar sobre a troca, mantendo o mistério para os torcedores até o último momento. No entanto, Memphis tinha a opção de recusar a mudança, sem qualquer impacto financeiro para o clube, o que indica que a decisão foi uma questão de estatuto e reconhecimento dentro da equipe.
Agora, Rodrigo Garro deve vestir a camisa 8, um número igualmente importante na história do Corinthians. O meio-campista argentino terá a missão de honrar um uniforme que já foi usado por grandes ídolos do clube, como Sócrates, Paulinho e Basílio, autor do gol que encerrou o jejum de títulos no Campeonato Paulista de 1977.
Com a mudança, o Corinthians inicia a temporada com Memphis Depay oficialmente como o camisa 10 do time, consolidando seu protagonismo na equipe e reforçando a aposta da diretoria no jogador para liderar a equipe em 2025.
A importância histórica da camisa 8 no Corinthians
A camisa 8 do Corinthians carrega uma rica tradição, sendo utilizada por ídolos que marcaram época no clube. Desde Luizinho, o “Pequeno Polegar”, que brilhou nas décadas de 1950 e 1960, até Basílio, autor do gol que encerrou o jejum de títulos em 1977, esse número foi sinônimo de protagonismo e talento.
Nos anos 1980, Sócrates deu ainda mais peso à camisa, sendo o líder da Democracia Corinthiana e conquistando títulos importantes. Mais tarde, nos anos 1990, o colombiano Freddy Rincón trouxe sua técnica e liderança, ajudando o clube a erguer troféus como o Campeonato Brasileiro e o Mundial de Clubes de 2000.
O sucesso da camisa 8 continuou nos anos seguintes com Paulinho, peça-chave da equipe campeã da Libertadores e do Mundial de 2012. Com sua chegada ao ataque e gols decisivos, o volante se tornou um dos símbolos daquela geração vencedora.
Mais recentemente, Renato Augusto também vestiu o número e fez história no clube, conquistando títulos e sendo referência no meio-campo. Dessa forma, a tradição do 8 no Corinthians se mantém viva, sempre associada a jogadores de qualidade, inteligência tática e forte ligação com a torcida.