O clube italiano Milan tem chances de sofrer punições econômicas e de deixar de disputar as competições da Uefa por irregularidade na venda do clube. Os fundos norte-americanos Elliott Management Corporation e RedBird Capital Partners estão sendo investigados pelo Ministério Público da Itália, que suspeitam que o antigo gestor (Elliot) ainda controla as decisões do time.
Fora de grandes competições
Caso as suspeitas sejam confirmadas, o Milan corre o risco de ser suspenso de jogos da Série A italiana e de campeonatos da Uefa, como a Champions League.
De acordo com o advogado Angelo Cascella, especialista em direito desportivo e ex-integrante do Tribunal Europeu de Arbitragem Desportiva, se for evidenciado que o clube italiano está mentido sobre a relação com o ex-proprietário, podem haver graves punições.
“Se o Milan mentiu, escondendo uma propriedade que não corresponde com o que dizem que é, o clube poderia ser sancionado com a exclusão das competições Uefa, com multas econômicas ou sendo obrigado a entrar em acordo com a Uefa para ficar sem contratar por algumas janelas”, disse.
Angelo Cascella
Entenda a investigação
A Guarda Financeira Italiana fez uma operação de busca na sede do Milan para encontrar documentos que pudessem comprovar a transação entre as duas empresas. Porém, segundo Cascella, os documentos apreendidos indicam que a Elliott está ainda à frente do time. “ Parece que existem documentos de Milão usados para obter investidores de fundos árabes. E poderiam ser uma espécie de reconhecimento da propriedade do fundo Elliot e não do atual fundo, a RedBird”, disse.
O especialista pontuou, também, que parte dos membros atuais do conselho de administração do clube trabalhavam na Elliott Management Corporation. “A empresa encarregada da comunicação é a mesma. Giorgio Furlani, o atual diretor-executivo do clube, estava no Conselho de Administração do Elliot”, afirmou o advogado.
O Ministério Público de Milão investiga a possibilidade de um crime de “obstrução da atividade de fiscalização” da Federação Italiana de Futebol (FIGC) tenha sido cometido entre os dois fundos de investimentos.