Neymar volta ao centro do debate: Ancelotti diz que atacante tem seis meses para garantir vaga na Copa
Treinador reafirma que conta com o camisa 10; mas condiciona ida ao Mundial à recuperação física e ao desempenho no início de 2025
Durante a entrevista coletiva realizada na véspera do amistoso entre Brasil e Tunísia, Carlo Ancelotti voltou a ser questionado sobre o tema que se tornou recorrente desde sua chegada à Seleção Brasileira: a presença de Neymar na próxima Copa do Mundo. Com o olhar firme, o treinador reforçou que o atacante segue entre os atletas cotados para disputar o torneio nos Estados Unidos, México e Canadá, mas ressaltou que ainda há um caminho a percorrer até a convocação final.
O técnico explicou que Neymar terá um intervalo de seis meses para provar que está pronto. A condição física, segundo Ancelotti, será decisiva. Não há qualquer promessa, e o comandante preferiu adotar um tom cauteloso ao dizer que todos os jogadores estão sendo avaliados criteriosamente. “Nós só temos que observá-lo, como fazemos com os outros, para tentar não cometer erros na lista definitiva”, afirmou o italiano, na manhã desta segunda-feira, em Lille, na França, reforçando seu discurso de equilíbrio.
Torcida pressiona e espera mais comprometimento do craque
Desde que assumiu o comando da Seleção, Ancelotti enfrenta perguntas sobre o futuro do camisa 10. Em todas as entrevistas, o treinador deixou clara sua intenção de contar com Neymar, desde que ele apresente boas condições físicas e ritmo de jogo. O atacante, porém, segue em busca de estabilidade após sucessivas lesões e um período irregular em campo.
A reafirmação de Ancelotti de que Neymar figura entre os nomes possíveis para o Mundial reacendeu debates entre torcedores. Nas redes sociais, parte da torcida demonstrou apoio, enquanto outros pediram mais dedicação por parte do jogador. Há quem veja na oportunidade uma chance de retomada da carreira, mas também quem enxergue o momento como um teste crucial para definir se o craque ainda pode ser protagonista em competições internacionais.
O início do Campeonato Brasileiro, marcado para o fim de janeiro, surge como aliado nesse processo. A sequência de jogos pode servir como plataforma para que Neymar recupere ritmo, se readapte ao calendário e demonstre evolução física. Ele terá até a Data Fifa de março — quando o Brasil enfrenta França e Croácia em amistosos nos Estados Unidos — para convencer o treinador de que merece voltar a vestir a camisa amarelinha.
Se o Neymar realmente quisesse jogar a Copa, já estaria longe de coisas do
tipo Kings League, responder qualquer um que tire uma casquinha dele em instagram, bater boca com torcedor, dar xilique com companheiros e árbitro nas partidas, enfim…Difícil imaginar esse cenário https://t.co/rSstjBw6I7
— vitinho (@vitiwho) November 18, 2025
Comentário de torcedor sobre a provável convocação (Vídeo: reprodução/X/@vitiwho)
Números reforçam trajetória vitoriosa, mas desafio agora é físico
A carreira de Neymar pela Seleção Brasileira é marcada por números expressivos: 128 jogos, sendo 123 como titular, 79 gols, 57 assistências e participação direta em gols a cada 78 minutos. Estatísticas que o mantêm entre os maiores nomes da história recente do futebol mundial.
Além dos números individuais, o atacante sustenta conquistas importantes com a camisa verde e amarela. Foi campeão da Copa das Confederações em 2013 e conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, momentos que reforçaram seu papel como referência na seleção ao longo da última década. Esses feitos, no entanto, não garantem vaga automática no próximo Mundial, como fez questão de destacar Ancelotti.
Para o treinador, o ciclo até a Copa demanda desempenho, regularidade e, sobretudo, condições físicas que permitam ao jogador atuar em alto nível. Neymar, que hoje defende o Santos, sabe que terá uma espécie de contagem regressiva para recuperar espaço. A expectativa é que ele consiga utilizar o período de pré-temporada e os primeiros meses de competição para demonstrar evolução e afastar dúvidas sobre sua forma.
Atacante Neymar do Santos (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Wagner Meier)
Observação constante e avaliação técnica até a lista final
O staff da Seleção trabalhará com monitoramento minucioso nos próximos meses. Ancelotti, conhecido pela capacidade de gestão de grupo e leitura tática, pretende analisar Neymar com os mesmos critérios aplicados aos demais atletas. O objetivo, segundo ele, é evitar erros e construir uma lista final equilibrada e competitiva.
A presença do atacante na Copa ainda é uma incógnita, mas o discurso oficial aponta para uma porta aberta — desde que ele apresente condições ideais. Os amistosos de março devem funcionar como divisor de águas, tanto para o jogador quanto para a comissão técnica. A partir deles, será possível medir se Neymar reúne o desempenho necessário para competir no mais alto nível.
A torcida brasileira segue dividida, entre esperança e cautela. O próximo semestre será determinante para definir se o camisa 10 voltará a liderar o ataque em uma Copa do Mundo ou se verá, pela primeira vez desde 2010, o principal torneio do planeta de fora. O relógio já começou a correr.
