Alok e oito comunidades indígenas se unem em “O Futuro é Ancestral”

Ramon Baratella Por Ramon Baratella
4 min de leitura
Foto destaque: coletiva de Imprensa de “O Futuro e Ancestral” (reprodução/Instagram/@Filipemiranda)

No início da tarde de sexta-feira (19), foi realizada a coletiva de imprensa do álbum “O Futuro é Ancestral”, de Alok em parceria com 50 músicos indígenas, e o In Magazine conferiu de perto mais detalhes deste projeto que une as batidas pop e eletrônicas do DJ com os cantos dos representantes de cada comunidade.

O disco inédito teve seu pré-lançamento no Grammy Museum, em Los Angeles, e foi disponibilizado oficialmente nas plataformas de áudio no Dia Internacional dos Povos Indígenas.

“‘O Futuro é Ancestral’ não é um álbum, é um movimento”

Alok

Sobre o disco

Em um completo momento de imersão, Alok conta que passou cerca de 500 horas no estúdio mexendo em cada detalhe para compor o álbum que, ao todo, inclui oito faixas e um remix. 

As etnias Huni Kuin, Yawanawa, Kariri Xoco, Guarani Mbya, Xakriabá, Guarani-Kaiowá, Kaingang e Guarani Nhandewa emprestam suas vozes para dar vida a esta coletânea. A música “Sina Vaishu”, que abre o disco, recebe uma versão remix produzida por Alok ao lado de Maz.

O projeto é reconhecido pela Unesco e foi definido como uma ação relevante para a “Década Internacional das Línguas Indígenas”. Importante ressaltar que o álbum contou com a participação de músicos indígenas de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Alagoas e do Acre.

A ideia é que o disco conecte a música ancestral brasileira a uma nova geração de povos originários às plataformas de áudio atuais. Segundo Alok, seu papel é apenas potencializar as vozes destes artistas e “não é dar a voz, isso eles já têm”.


Alok e oito comunidades indígenas se unem em “O Futuro é Ancestral”
Alok e representantes de oito comunidades indígenas (Foto: reprodução/Instagram/@Filipemiranda)

“Nossa colaboração com Alok permitiu gravar e atualizar nossa música, o que garantiu a passagem entre gerações para os povos indígenas e também não indígenas.” 

Rasu Yawanawa

Rodeada por jornalistas e convidados presentes no evento, Célia Xakriabá, umas das vozes deste trabalho, comenta que o canto ancestral indígenas atravessa o coração das pessoas e possui uma força incrível ao ponto das pessoas saírem dos shows e a alma delas continuar dançando. 

“Não basta reconhecer a força do canto, é preciso ajudar a proteger o corpo e as vocês de quem canta.”

Célia Xakriabá

Show inédito em Brasília

Para os curiosos, as canções já foram apresentadas pelo DJ ao redor do mundo e chegou a hora delas ganharem seu momento no Brasil e para comemorar o aniversário de 64 anos de Brasília, neste sábado (20), uma pirâmide de 25 metros foi erguida no palco de Alok e irá permitir que o show seja visto em 360º. 

“O Futuro é Ancestral”, um disco com músicas feitas para serem sentidas e que vão além do entendimento, traz cânticos em línguas nativas e já está disponível nas plataformas de áudio.

Deixe um comentário

Deixe um comentário