O mês de setembro chegou ao fim e junto com ele se encerrou o período mais agitado no universo fashion. Com quatro das principais semanas de moda – Nova York, Milão, Londres e Paris – acontecendo entre os dias 6 de setembro e 1 de outubro, a indústria se aquece rapidamente para acompanhar as tendências lançadas pelas principais marcas durante os desfiles. O calendário internacional deste ano ficou marcado por um dualidade na figura feminina, com dois padrões estéticos fortes e opostos para as próximas coleções de primavera-verão de 2025. O Quiet Luxury continuará em seu papel de destaque, mas daqui para frente com cortes mais precisos e alfaiatarias sofisticadas, mantendo o padrão confortável e minimalista, desejado por mulheres de ambição e personalidade forte e independente. Enquanto, uma outra parcela, é dominada por avalanche com o retorno do Boho Chic e toda sua leveza e fluidez, muitas vezes com um sutil toque de humor, perfeita para entrar em choque com o panorama político internacional atual, tomado por conflitos e crises climáticas.
Separamos então 10 tendências que são presença confirmada nas próximas coleções ao redor do globo.
Cores alvas
Como já citado acima, algumas coleções apresentadas nas principais capitais da moda carregaram consigo o peso de objeção ao cenário, atualmente caótico, político mundial. Entre as primordiais características desse pedido indireto de paz foi o forte uso da cor branca e seus subtons.
Em formatos clássicos, como alfaiataria e vestidos de algodão, a presença da paleta clara também marcou peças de cetim e muitos trajes de estética romana. As coleção clamando por pureza e paz fizeram parte dos desfiles de marcas renomadas como Comme des Garçons, Coperni, Moschino e Mossi.
Moda executiva
Em contraponto à leveza do tom alvo, alguns diretores criativos resolveram apostar no pesado e corpulento. Puxando para o lado de uma pegada mais masculina, tecidos com flanela e linha comporão a produção de ternos, calças amplas e ombros largos, que invocaram a essência de uma garota executiva.
Etiquetas como Stella McCartney, Saint Laurent, Bottega Veneta, Jil Sander, entre outras, apresentaram reformulações de cortes e drapeados clássicos para construir peças tradicionais de maneira mais solta, enquanto ainda prezam em manter traços ordinários do guarda-roupa masculino da década de 1980, como as riscas de giz.
Polo alongado
A Lacoste reafirmou seu código de sucesso e trouxe de volta as camisas pólos para a passarela, mas desta vez, decidiu apostar juntamente em um comprimento alongado e apresentou modelos vestidos com a gola característica na passarela em Paris. O modelo ainda carrega um toque a mais de feminilidade com recortes precisos nas laterais, na região da cintura.
Outras marcas como Versace, Balenciaga e Chanel apresentaram sua versão própria do look. A peça promete ser o mais novo must have da estação quente, devido a sua praticidade e estilo.
Amarrações e Bandeau
O clássico sedutor tomara que caia conquistou seu lugar de privilégio nas semanas de moda. Em forma de amarrações, tanto na região superior, quanto na cintura, a tendência, apesar de considerada básica, garante um realçar de qualquer silhueta.
Na jovem italiana Miu Miu, a peça apareceu em formato de cardigan amarrado, entregando um ar despretensioso desejado tradicionalmente por Miuccia em suas criações para a marca.
Lingerie à mostra
Como as tendências estão construídas quase inteiramente em oposição, a sexualidade despojada dos tops bandeau acima, foi evidenciada de maneira provocadora em coleções de Christian Cowan, Dolce & Gabbana e Balenciaga.
Corsets, sutiãs e cinta-ligas marcaram presença em desfiles, mantendo ampla a magnitude da tendência boudoir. Bordados, em cetim, sobre peças ou brilhando solitárias, as peças íntimas seguem em posição de tendência, fortalecendo uma imagem do sexy não vulgar, mas sim empoderador feminino, como ficou evidente na totalidade da coleção da Dolce & Gabbana, que homenageou os 40 anos de carreira da cantora Madonna.
Peplum: regresso da década da passada
Com seu auge no período de tempo entre 2012 e 2013, a simples quantidade extra de tecido, adicionada a cintura de vestidos, blusas e casacos, reconhecida por muitas como primo do balonê, o peplum retorna as principais passarelas com cinturas realçadas e quadris amplos.
Marcas como Bally, Carven, Rokh, Uma Wang e Sacai desfilaram criações que evidenciaram o desenho de cinturas, através do uso de franzidos, folhas, franjas, sobreposições, construções e, sobretudo, peplums.
Assimetria em jogo
E se a brincadeira com construções e perspectivas é a tendência do momento, chegou a hora da assimetria extrema entrar em jogo. Uma aposta que chocou a muitos foi a da italiana Bottega Veneta em suas calças de pernas com diferentes comprimentos. A experiência revelou uma ousadia que talvez o grande público ainda não esteja preparado, mas conquistou o coração das fashionistas.
Outras etiquetas decidiram por jogar seguro e deixaram sua assimetria para vestidos, saias e culotes, como foi o caso da coleção da Diesel, desfilada em Paris.
Floral
Um eterno preferido do universo fashion, que hora sim e hora não dá as caras é o visual floral. E parece que agora, com o retorno iminente do boho, ele embarcou no caminho de volta às tendências.
Como estampas, em bordados, miçangas ou aplicações, os temas florais estiveram por passarelas em toda parte, dos Estados Unidos à Europa. Das modernas de Giambattista Valli e Simone Rocha até as mais clássicas em Marni e Michael Kors, as flores prometem preencher o verão de 2025.
Surf fora das águas
Ainda em clima esportivo, oriundo das Olimpíadas de Paris, que aconteceram em junho deste ano, algumas etiquetas se aventuraram para dentro e fora das águas e trouxeram o surf para as passarelas.
Ottolinger, Casablanca, Abra colocaram o neoprene para jogo, em macacões com zíper, maiôs e leggings, para construir a estética à beira-mar.
Descolado do corpo
Como forma de experimentação, muitos designers questionam a maneira de vestir diversas peças. Ao longo destas semanas, marcas como Acne Studios, Loewe e Duran Lantink, resolveram descartar o convencional e apresentaram peças que literalmente estavam descoladas dos corpos dos modelos.
Visualmente crescidas para fora do corpo, a aparência plana das peças parece ser influenciada pela onipresença das telas em nosso cotidiano.