Marc Jacobs abriu a semana de moda de Nova York com uma semana e um dia de antecedência, diferente de outras temporadas onde os desfiles chegaram a atrasar até mesmo duas horas. Dessa vez, a equipe foi realmente pontual e os “atrasados de plantão”, como a modelo Lourdes Leon, ficaram barrados na porta do evento.
De volta às origens, a apresentação foi realizada no Park Avenue Armory – um galpão amplo e cavernoso. Dentro do local, afirmaram alguns dos 100 convidados, não tinha praticamente nada além de fileiras iluminadas contra uma parede e escuridão por todos os cantos.
A trilha sonora do desfile ficou por conta da violinista Jennifer Koh, que fez uma apresentação magnífica de “Einstein on the beach” de Philip Glass. Ao invés de modelos correndo, dançando ou se movimentando de maneira improvisada, como marcaram outras temporadas, investiu-se em poses audaciosas e seguras. As modelos atravessaram a passarela de braços cruzados, com uma feição irreverente.
Marc destacou, no release do desfile, que dedicou a coleção Inverno 2023 “aos nossos heróis do passado e aos atuais heróis do presente”. Continha também uma citação da estilista britânica Vivienne Westwood, falecida em dezembro de 2022: “A moda melhora a vida, e acho uma coisa adorável e generosa de fazer para outras pessoas”.
Release do desfile. Foto/Reprodução: Divulgação.
Foi feita uma série de referências à madrinha do punk, todas fáceis de se interpretar. A primeira, e mais óbvia, é a bota com plataforma alta – uma versão atualizada da responsável por derrubar Naomi Campbell na passarela, na temporada de inverno de 1993. Além disso, pôde se notar os decotes de ombro a ombro que, aliados ao efeito amassado no tecido, dão a entender que a roupa está prestes a cair depois de algum tempo de uso. Por fim, temos ainda o patchwork e os tricôs cortados e retorcidos que ressaltam os seios – assim como a Westwood fez no começo dos anos 80, em sua coleção de piratas.
Foto destaque: desfile da Marc Jacobs rouba cena. Reprodução: Instagram
