Giorgio Armani, um dos maiores ícones da história da moda, faleceu nesta quinta-feira (4), aos 91 anos. A notícia foi divulgada através de um comunicado oficial nas redes sociais de sua marca, impactando o mundo da moda. Giorgio revolucionou a moda masculina e fundou uma das marcas mais respeitadas no mundo inteiro, deixando para trás um legado de inovação e elegância minimalista.
A despedida de Giorgio acontecerá em Milão, cidade perto de onde nasceu. O velório está marcado para iniciar neste sábado (6), estendendo-se até domingo (7), de acordo com o Grupo Armani. O funeral deve acontecer de forma privativa e íntima, a pedidos do próprio Armani antes de falecer.
Conhecido como “il re Giorgio” (“Rei Giorgio”), Armani foi o criador de um império na indústria de luxo, com destaque para a alta-costura, prêt-à-porter, acessórios e joias, além de também se envolver com arquitetura de interiores e hotéis de luxos, que se estendiam pelas maiores cidades do mundo, como Milão, Paris e Nova York. O estilista combinava sua visão minimalista e rigorosa com seu talento de designer, criando assim uma das maiores marcas mundiais.
Os primeiros passos de Giorgio Armani
Muito antes de ser reconhecido como um dos maiores nomes da indústria de moda, Giorgio Armani trilhou diferentes caminhos antes de se encontrar no amor pelo cinema, que veio a influenciar sua carreira mais para a frente. Nascido na cidade Piacenza em 1934, no norte da Itália e próximo a Milão, Giorgio era filho de Ugo Armani e Maria Raimondi, sendo um dos três filhos. Ugo era um integrante da sede do partido fascista local antes de virar um contador de uma empresa de transportes e sua mãe, Maria, era dona de casa.
Armani e sua família se mudaram para Milão após a Segunda Guerra Mundial, onde contou em sua autobiografia “Per Amore”, as dificuldades que passou junto a seus irmãos. Ele chegou a ingressar no curso de medicina, mas não escolheu seguir nessa carreira, abandonando a universidade após dois anos. Em seguida, ele serviu ao exército, mas foi somente quando lhe ofereceram um emprego na La Rinascente, uma renomada loja de departamentos da época, que Giorgio deu seus primeiros passos na moda, trabalhando na decoração das vitrines.
O passo seguinte foi ainda mais importante em sua carreira. Giorgio foi convidado por Nino Cerruti, um fabricante italiano, para trabalhar como designer. Foi nesse período que ele começou a criar uma experiência direta com a alfaiataria, mergulhando na desconstrução de jaquetas.
Giorgio Armani nos bastidores de um de seus desfiles (Foto: reprodução/X/@jacquemusx)
Criação de seu império
Em 1975, Armani deu o salto definitivo para sua carreira, estreando sua primeira coleção de roupas masculinas, que virou um sucesso na Europa. Ele revolucionou a alfaiataria masculina ao criar jaquetas com cortes desestruturados, o que possibilitaram formas mais naturais e fluídas – e que também vieram a ser aplicados na moda feminina por Giorgio -, dando a ele o apelido “King of the Blazer”.
Os anos 80 marcaram a expansão de seu império, quando ele co-fundou sua grife em 1981 junto a seu amigo e arquiteto Sergio Galeotti, que veio a falecer quatro anos após a criação da marca. Desde então, Armani revolucionou o que era conhecido no mundo da moda da alta sociedade, através da alfaiataria fluída, minimalista e desconstruída.
Sua visão logo veio a chamar a atenção de Hollywood nos anos 80, ao vestir Richard Gere para o filme “Gigolô Americano”. Nos anos seguintes, Giorgio manteve uma longa associação com Hollywood, expandindo cada vez mais seu nome. Ele conta em sua autobiografia, que “queria acabar com as roupas austeras, mantendo o aspecto ético. Eu pensava nas mulheres inteligentes e cosmopolitas com estas roupas. Eu gosto de moda que não se vê”, reforçando mais uma vez uma visão autêntica e revolucionária.
Richard Gere no filme “Gigoglô Americano” (Foto: reprodução/X/@wengelll)
Em 2005, Armani se tornou a primeira grife a transmitir um desfile online, através do lançamento de sua coleção de alta-costura. Já em 2012, ele passou a ser responsável pela produção dos uniformes do time italiano nas Olimpíadas. Além de revolucionar a indústria com esses feitos, Armani já vestiu nomes como Julia Roberts, Jodie Foster e Beyoncé, e em 2006 foi o criador do vestido e do terno usados por Katie Holmes e Tom Cruise no casamento dos dois.
O famoso terno usado por Julia Roberts no Globo de Ouro de 1990 (Foto: reprodução/X/@wengelll)
Nos últimos anos, mesmo não participando de alguns de seus desfiles enquanto enfrentava problemas de saúde, Giorgio se manteve ativo em sua marca, acompanhando todos os momentos e etapas de desfiles. Giorgio Armani não nos deixa com a sua morte, eternizando toda a sua vida em suas peças e momentos, que marcaram e continuarão a marcar toda a história da moda contemporânea.
