Práticas, estilosas e com espaço quase impossível de ser 100% ocupado, as maxi bags dominaram o mercado (e a lista de desejos) de toda uma geração fashionista nos anos 2000. De Chanel a Balenciaga, uma tote bag de luxo era a personagem protagonista nos ombros das maiores estrelas, como Paris Hilton e as irmãs Olsen – ícones da moda e com poder de influenciar que abalaria até a maior it girl atual do Instagram.
Depois de uma predominância das baguetes e micro bags, o retorno das grandes bolsas já está com data de chegada: o próximo verão de 2025. A Geração Z inunda o TikTok com trends como “Tote Bag Girl”, onde mostram em vídeos seus exemplares – na maioria das vezes comprados em brechós online, já que o mercado parece ainda não ter entendido por completo esse movimento de retorno tão repentino – com tudo que carregam dentro. Suas versões mais low budget, as ecobags, também contribuíram para o sentimento de necessidade em carregar tudo de mais necessário (e, às vezes, o desnecessário também) em qualquer saída de casa.
Nessa dança, entram grandes casas, como MiuMiu e Balenciaga, apostando na criação e lançamento de modelos que marcaram a década passada e prometem efervescer novamente o mercado.
Ao flash dos paparazzis
Quem é millennial sabe que a maior divulgação que uma tendência de moda poderia ter no início dos anos 2000 era se essa fosse usada por uma celebridade americana queridinha (ou não) da mídia. Sem a presença unânime das redes sociais na época, o único contato que jovens fashionistas poderiam ter com suas personalidades favoritas, e com o que elas escolhiam usar, era por meio das revistas impressas. Nesse processo, fotógrafos se “especializam” com verdadeiros stalkers de celebridades e criaram a categoria paparazzis – péssimos para saúde mental, ótimos para a indústria da moda.
Uma das maiores protagonistas desse momento foram as maxi bags que, de cada estilo e personalidade, acompanhavam estrelas pelas ruas e estampavam, posteriormente, as capas, levando jovens à loucura no desejo de uma peça igual.
Paris Hilton e Kim Kardashian em 2006, desfilando com suas maxi bags da Chanel (Foto: reprodução/PhotoNews International Inc./Getty Images Embed)
A Chanel Cambon, modelo de 2006, configura uma das maiores tendências da época. Seu formato quadrado, sua estética almofadada e o icônico duplo C estampado criaram o paradigma de bolsas comicamente grandes para o momento fashion naquela década. Em época de Britney Spears, óculos Dior gigantes e frapês do Starbucks, o modelo se consagrou em muitas wishlists quando apareceu em um episódio do reality show “The Hills”, sucesso da MTV.
Deixando de lado a brisa californiana, a City Bag da Balenciaga trouxe o estilo rock chic e urbano para a tendência das maxi. Queridinha das irmãs Olsen, o modelo desleixado era de tamanho absurdamente exagerado que chegava a parecer ilusão de ótica, às vezes tão grande que pareciam maiores que quem as carregava.
A lista só aumentava, com outros ícones como a Yves Saint Laurent Muse e a Fendi Spy, que assim como a pioneira Chanel, eram escolhidas não apenas por seu estilo desafiador, mas porque serviam como escudo para garotas famosas perseguidas pelos flashes perturbadoramente incessantes da época.
O retorno em outro cenário
Como o sistema pêndulo da moda nunca falha, as maxi bags prometem ser a mais nova tendência para o começo de 2025. Absurdamente grandes, começaram a emergir como tendência em 2023. Com o retorno das atividades presenciais pós-pandemia e a obsessão pela saúde física, ficou cada vez mais necessário um acessório capaz de transportar tudo que uma pessoa comum pode precisar em um dia fora de casa. E assim, as principais marcas parecem estar de olho nesse processo, com Balenciaga e MiuMiu apresentando lançamentos nas últimas edições das principais semanas de moda.
Destaques também em coleções de Coach e Chloé, o renascimento das maxi bags casa perfeitamente com o comeback do estilo boho, que almeja um visual mais despretensioso e desleixado. Cria-se, então, um momento perfeito para o retorno em grande estilo dessa tendência, que agora, em uma era de caótica de Brat da Charli XCX, podemos sentir a presença dos dias de glória da trupe Paris-Nicole-Lindsay.