Thom Browne levou a New York Fashion Week a um novo patamar, com um desfile que mais parecia um conto visual sobre liberdade. Em meio a um cenário repleto de pássaros de origami e uma dupla de modelos dobrando papel em uma pequena mesa com gaiola, a mensagem era clara: voar além dos limites.
Para reforçar essa atmosfera poética, a trilha sonora contou com a icônica “Little Bird”, de Annie Lennox, e versos de Emily Dickinson.
O estilista, conhecido por sua abordagem teatral, não economizou em metáforas visuais. Os pássaros representavam não só a liberdade, mas também a transformação, um tema recorrente em suas coleções.
Cada detalhe do desfile contribuiu para contar essa história, do cenário cuidadosamente montado às expressões introspectivas das modelos.
Coleção Thom Browne 2025 (Vídeo: reprodução/Instagram/Alexander Roth/@fashionweek)
Moda que conta histórias
Na passarela, Thom Browne brincou com a alfaiataria clássica e reinventou o sportswear norte-americano. Blazers e cardigãs xadrez surgiram ao lado de saias de cetim, gravatas listradas e babados inesperados.
Os bordados de pássaros e correntes transformaram as roupas em páginas de uma história visual sobre aprisionamento e libertação.
As sobreposições ousadas criaram um jogo entre o real e o imaginário, enquanto tecidos estruturados se misturavam a elementos mais fluidos.
A escolha das cores também foi marcante: tons sóbrios foram intercalados com toques vibrantes, reforçando a ideia de contraste entre restrição e emancipação.
O grand finale
Como se a moda não bastasse, a cenografia também trouxe um toque surrealista. Estruturas gigantes em trompe-l’oeil criaram a ilusão de vestidos sobrepostos, em um jogo de proporções que desafiava o olhar. O efeito era hipnotizante, como se as roupas tivessem uma vida própria dentro daquele universo narrativo.
E para fechar com chave de ouro, Alek Wek cruzou a passarela com um vestido longo e dramático digno de um conto épico. Sua presença imponente e a fluidez do tecido em movimento fizeram do momento um verdadeiro espetáculo.
Thom Browne não apenas encerrou a temporada de inverno 2025 da NYFW, ele deu asas à criatividade e provou que moda é muito mais do que roupa: é narrativa, emoção e arte. Seu desfile não foi apenas um evento fashion, mas um manifesto visual sobre o desejo humano de transcender barreiras e encontrar a própria liberdade.