Após alta disparada do dólar, Banco Central faz intervenção econômica com leilões

O dólar atinge novo recorde e BC tenta realizar dois leilões extraordinários para conter danos econômicos. O mercado financeiro ainda não reage bem diante das movimentações do governo

Redação INMAG Por Redação INMAG
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Foto destaque: entrada do BC (Reprodução/Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Ontem, segunda-feira (dia 17/12), o Banco Central (BC) realizou um leilão extraordinário de dólares depois da moeda bater 6,10 reais. Essa foi a maior intervenção econômica depois da pandemia, que faturou 1, 6275 bilhões de dólares.  

Leilões do BC 

O BC também entrou no mercado de maneira à vista depois que as cotações subiram em disparadas, vendendo assim 845 milhões de dólares na última sexta. A última vez que isso aconteceu, de a autarquia vender dólares à vista, foi em 30 de agosto.  

Antes de o leilão ser anunciado, a moeda ainda disparava em quase 7 reais. Depois que o leilão aconteceu, a moeda desceu o patamar de 6,0309 reais. 

Incertezas do mercado 

Após as declarações da presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, dizendo que o mercado mandaria “o dólar para a lua” e em meio às incertezas do pacote de cortes de gastos em tramitação no Congresso e a elevação da taxa Selic em percentual, o dólar segue em suas constantes altas. Ainda houve declarações da Ministra do Planejamento, Simone Tebet, dizendo que o “mercado joga contra o país”.  


Dólar, a moeda norte-americana (Foto: reprodução/Getty Images Embed/NurPhoto) 


Com isso, soma-se a quarta intervenção econômica monetária feita antes de completar uma semana. A ação foi a maior desde 10 de março de 2020 que, devido à pandemia e seus efeitos, o BC arrecadou 2 bilhões de dólares. Esse leilão serve como uma tentativa de desacelerar a cotação, estimulando a lei da oferta e demanda, injetando a moeda norte-americana no mercado. 

Não existe previsão para a votação do pacote de contenção fiscal, as expectativas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é que tudo ocorra ano que vem, que o calendário do Congresso seja mais tranquilo. O ministro faz um pedido como apelo para que as medidas não sejam desidratadas. 

A previsão da inflação em 2024 cresceu de 4,71% para 4,84%, já para o próximo ano de 2025 segue a alta de 4,40% para 4,59%. 

A futura gestão do BC 

Gabriel Galípolo já declarou que o BC só iria atuar em cima do câmbio se o mercado reagisse com um comportamento disfuncional. Diante da queda de braço entre BC e o mercado com as cotações de câmbio, as taxas de juro subiram ontem diante das falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, criticando os juros elevados e depois dos leilões de dólares. Lula afirma que o mercado não reage bem quando o seu pacote econômico tenta proteger os mais pobres e taxar setores mais ricos. 

Matéria por Vinícius Luiz (Lorena-R7)