Nesta segunda-feira (5), as companhias brasileiras de roupas Arezzo&Co e Soma anunciaram e celebraram a fusão entre as duas empresas, concretizando o maior negócio que já ocorreu no setor de moda no Brasil.
Sobre as marcas
A Arezzo é conhecida dona de vários nomes, de Anacapri e Carol Bassi, até Reserva e Schutz. Já o Grupo Soma é composto por marcas como: Animale, Dzarm, Farm, e Hering. Unificadas, possuem 34 marcas, e mais de 20 mil funcionários em aproximadamente dois mil estabelecimentos, se tornando uma das maiores companhias de moda na América Latina inteira.
“O surgimento dessa nova empresa acarreta grandes oportunidades de geração de valor adicional, tais como, o desenvolvimento das categorias de calçados e bolsas nas marcas do Grupo Soma gerando alavancagem de receita, otimização da gestão dos canais de multimarcas, e-commerce e, principalmente, franquias, otimização da planta industrial de malharia da Hering e a preparação dessa nova empresa para plugar outras verticais de negócio,” as empresas anunciaram em nota, pouco antes da união ser oficializada.
Schutz, da Arezzo, possui estabelecimento até em Nova York (Foto: reprodução/Reuters/Brendan McDermid)
Organização
A operação principal foi realizada a partir da troca de ações: agora os acionistas da Arezzo&Co detém 54% da nova companhia, enquanto que o Grupo Soma detém 46%, compensando pela discrepância no tamanho dos grupos.
Alexandre Café Birman, o CEO da Arezzo, agora será o CEO da nova companhia, enquanto que Roberto Luiz Jatahy Gonçalves, o CEO da Soma, agora deve a business unit de vestuário feminino. Isso faz parte da estratégia de otimização decidida, na qual o Grupo Soma se beneficiará dos calçados e bolsas da outra, enquanto a Arezzo desenvolverá o setor de vestuário feminino em que a outra está avançada.
São um total de quatro categorias em que a nova companhia irá agrupar seus negócios:
- Calçados e bolsas;
- Vestuário e lifestyle feminino;
- Vestuário e lifestyle masculino;
- Vestuário democrático.
Economia
O grupo resultante desta fusão já tem uma receita de R$ 12 bilhões, e se trata da maior união no setor inteiro de varejo nacional em mais de uma década, desde a fusão da Drogasil e Droga Raia em 2011.
Para que a operação seja finalizada, falta apenas que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) avalie e aprove as condições desta operação, o que muito provavelmente deve ocorrer, uma vez que embora a transação seja de larga escala, não é de tamanho suficiente para alegar o monopólio – apenas um tentativo oligopólio.
O sucesso dessa operação poderá facilitar as iniciativas que os dois grupos já haviam começado, de expansão para o mercado internacional.