O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), confirmou na última segunda-feira que o Brasil adotará uma postura de cautela antes de reagir à recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio. O anúncio de Trump, feito no domingo, reacende preocupações sobre o impacto nas exportações brasileiras, já que o Brasil é um dos principais fornecedores desses materiais para o mercado norte-americano, sendo esse um dos principais produtos de exportação nacional.
“Vamos aguardar ainda essa questão da taxação. Da outra vez que isso foi feito, teve cotas, então vamos aguardar. Nossa disposição é sempre a de colaboração, parceria em benefício das nossas populações”
Vice-presidente Geraldo Alckmin após uma visita à fábrica da Bionovis, em Valinhos (SP).
Relação Comercial Equilibrada
Alckmin ainda destacou que o comércio entre Brasil e Estados Unidos é equilibrado, reforçando que o diálogo será a principal ferramenta para resolver qualquer impasse, segundo dados no ano passado, o Brasil exportou US$ 40,2 bilhões para os EUA, enquanto as importações do país norte-americano somaram US$ 40,5 bilhões, esses números mostram a relação de equilíbrio entre os dois países.
“O Brasil e os Estados Unidos têm uma relação comercial equilibrada. É um ganha-ganha, nós exportamos para eles, eles exportam para nós, e quem ganha é a população”, afirmou o vice-presidente.
Vice-presidente Geraldo Alckmin (Foto: reprodução/Getty Images News/Ton Molina/Getty Images Embed)
Questionado sobre a possibilidade de o Brasil retaliar com a taxação de produtos tecnológicos norte-americanos, Alckmin evitou falar sobre qualquer medida nesse sentido. “Vamos aguardar porque acreditamos muito no diálogo”, o ministro ainda relembrou que, em ocasiões anteriores, medidas protecionistas similares foram atenuadas pela adoção de cotas para os países exportadores.
Impactos para o Setor Siderúrgico Brasileiro
Apesar do tom conciliador do governo, a medida gera preocupações no setor siderúrgico brasileiro. Especialistas alertam que, mesmo sendo uma tarifa aplicada a todos os fornecedores, o impacto pode ser significativo para o Brasil, que depende fortemente das exportações de aço e alumínio para os Estados Unidos.
Segundo a CNN, o governo brasileiro já vinha esperando esse movimento, dado o histórico do primeiro mandato de Trump, quando políticas protecionistas semelhantes foram adotadas. A avaliação preliminar da equipe econômica é de que, embora a medida seja unilateral e não especificamente direcionada ao Brasil, ela ainda representa um risco para a competitividade dos produtos brasileiros no mercado norte-americano, um mercado esse que se tornou importante para economia nacional mesmo com o crescente aumento da parcela chinesa.
Enquanto isso, o governo brasileiro mantém o compromisso com o diálogo e a busca por soluções diplomáticas, evitando retaliações precipitadas que possam prejudicar a já delicada relação comercial com os Estados Unidos.