As ações da WEG, uma empresa de renome no setor de motores elétricos e tintas industriais, com uma sólida presença no cenário de engenharia elétrica nacional, registraram uma acentuada queda no valor de mercado nesta quarta-feira (26). Isso ocorreu após a empresa divulgar receitas abaixo das expectativas dos analistas no terceiro trimestre. A principal razão desse desempenho adverso foi a reduzida demanda por negócios de curto prazo no mercado brasileiro. A empresa reportou uma receita líquida de R$ 8,07 bilhões, representando um aumento de 2% em relação ao ano anterior, no entanto, essa cifra ficou aquém das projeções dos analistas, que esperavam uma receita de R$ 8,43 bilhões, conforme os dados da LSEG.
Redução na demanda interna
A empresa enfatizou que o crescimento mais modesto na receita estava concentrado no mercado brasileiro, principalmente devido à diminuição na demanda por negócios de curto prazo, notadamente na área de geração solar distribuída. Além disso, a valorização do real em relação ao dólar teve um impacto negativo na conversão das receitas provenientes do mercado externo.
Foco em energia eólica
Apesar do desempenho desafiador nos negócios de curto prazo, a WEG destacou que as receitas provenientes da venda de equipamentos de longo prazo, frequentemente utilizados em grandes projetos de infraestrutura, continuaram apresentando sólido desempenho. Além disso, a área de geração, transmissão e distribuição de energia teve um desempenho notável, impulsionada, em parte, por projetos de energia eólica.
Turbinas de geração de energia eolica da WEG ( Foto:Reprodução/ WEG )
Resultados financeiros no terceiro trimestre
No terceiro trimestre, a empresa registrou um lucro líquido de R$ 1,31 bilhão, um aumento considerável de 13,3% em relação ao ano anterior. O resultado operacional, medido pelo Ebitda, totalizou R$ 1,74 bilhão, um avanço de quase 11% em relação ao mesmo período de 2022. No entanto, esses números ficaram levemente abaixo das projeções médias dos analistas.
De acordo com o balanço financeiro, o custo dos produtos vendidos pela WEG apresentou uma variação negativa de 0,6% no terceiro trimestre em comparação ao ano anterior, enquanto a margem bruta evoluiu positivamente em 1,8 ponto percentual, atingindo 32,4%. Esse desempenho foi impulsionado pela “estabilização” dos preços das matérias-primas, especialmente do cobre e aço.
Situação financeira e aquisição
A WEG encerrou o mês de setembro com um caixa de R$ 5,14 bilhões, um aumento significativo em relação aos R$ 4,45 bilhões do ano anterior. Além disso, a empresa anunciou a sua maior aquisição até o momento, a compra da norte-americana Regal Rexnord por US$ 400 milhões, expandindo sua presença nos Estados Unidos, China e Índia. Os detalhes financeiros dessa transação ainda não foram incluídos no balanço da empresa.
Feixada da empresa Regal Rexnord, que pode ser adquirida pela WEG ( Foto: Reprodução/Regal Rexnord)
O mercado de ações reagiu de forma negativa à notícia, com as ações da WEG registrando uma queda de 9,08%, cotadas a R$ 31,83, tornando-se uma das piores performances no índice Ibovespa, que estava em declínio de 0,54%. No ponto mais baixo do dia, as ações foram negociadas a R$ 31,72, marcando o nível mais baixo em cerca de um ano. Isso ocorreu um dia após as ações terem fechado com um aumento de mais de 3%. Os analistas agora aguardam ansiosamente a teleconferência da empresa para obter uma melhor compreensão das perspectivas de crescimento da receita e das tendências das margens no futuro.
Foto destaque: Fabricação de motores da WEG (Reprodução/WEG)