Bitcoin fica abaixo dos US$ 30 mil; entenda o motivo

Diego Alves Por Diego Alves
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O bitcoin, a moeda mais famosa do mundo, sofreu perdas pesadas nos últimos dias, ficando abaixo dos US$ 30 mil nesta segunda-feira (09), durante um pregão em que os ativos de risco sofreram uma grande liquidação nos Estados Unidos.

A moeda digital chegou a ser negociada a US$ 29,8 mil (R$ 152,65 mil), o valor mais baixo desde julho. A queda foi de 50% na comparação com o recorde histórico de US$ 69 mil, atingido em 2021. Na terça (10), o bitcoin recuava 0,81%, a US$ 161.629,00 (R$ 827.96,00), por volta das 14h28.

Para entender melhor as flutuações desses preços, vários analistas falam sobre o aperto monetário vivido pelo banco central dos Estados Unidos, o que teria feito os investidores saírem de ativos de risco.

Os bancos centrais do mundo inteiro colocaram trilhões de dólares em incentivo no sistema financeiro global para segurar os impactos econômicos causados pela pandemia. Os bancos também vêm mantendo taxas de juros de referência baixas há anos, uma situação que começou a ser revertida nos últimos meses.

Entre vendas de ativos e aumentos de taxas, as instituições financeiras podem ter um impacto significativo nos mercados globais de ativos, que alguns acreditam que inflou com o resultado dos pacotes de estímulos.

Com o Fed retirando liquidez do mercado, todos os ativos de risco são correlacionados e vendidos”, afirma CEO e presidente da Permission.io, Charlie Silver.

O CEO da gestora de fundos de hedge de criptomoedas BitBull Capital, Joe DiPasquale, faz uma avaliação parecida.

O aperto da política monetária está fazendo com que os investidores reduzam sua exposição a ativos de risco e a atual correlação do bitcoin com o S&P 500 também o levou à forte queda”, comentou.


O bitcoin, além de ser a primeira moeda digital criada, foi o exemplo base para a criação de criptomoedas dos NFTs. (Foto: Reprodução/InfoMoney)


Enquanto ambos especialistas se preocupam com as decisões dos bancos centrais, Sam Rule, analista de mercado da Bitcoin Magazine, comenta um leque mais amplo de variáveis macroeconômicas.

Taxas [de juros] crescentes, o acelerado ritmo de aperto da política monetária para combater níveis sem precedentes de inflação, um fortalecimento do dólar em relação a outras moedas globais e uma deterioração nas perspectivas de crescimento global são as forças macroeconômicas em jogo que estão reduzindo [o valor do] bitcoin”, disse Sam. “A queda do bitcoin se explica principalmente por esses fatores macro e pelos riscos crescentes de uma desalavancagem de crédito global que estão em jogo, em oposição aos fundamentos, adoção e potencial de crescimento [da criptomoeda]”, conclui.

Sid Powell, CEO da Maple Finance, um mercado de capital institucional sediado em Sydney, também comentou sobre a volatilidade das moedas digitais, comparando esses novos ativos com as ações das empresas de tecnologia e os ganhos atraentes que conseguiram.

Powell diz que o bitcoin e a indústria de moedas está passando por um processo diferente do que já experimentaram até agora.

Foto em destaque: O bitcoin foi a primeira moeda digital criada. A moeda já se tornou tão famosa a ponto de ultrapassar os 370 mil no Brasil. Reprodução/UOL Economia.

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