As DeFi, que também são conhecidas como finanças descentralizadas, são consideradas por muitos o futuro do sistema financeiro. Seu funcionamento acontece por meio da tecnologia Blockchain (serviços financeiros de cripto moedas) e permitem criar sistemas de pagamentos, contratar empréstimos sem necessidade de intermediários e realizar transações financeiras.
“A grande revolução está na quebra da necessidade de confiar em uma terceira parte, como bancos e governos. Em DeFi, tudo é realizado por códigos automáticos, conhecidos como ‘contratos inteligentes”, explica Orlando Telles, sócio-fundador e diretor de research da Mercurius Crypto.
Blockchain é a tecnologia de armazenamento de informações sobre transações (Foto:Reprodução/UOL)
Os smart contracts, ou contratos inteligentes, são linhas de código que possibilitam aplicações na Blockchain. Por sua vez, esta, funciona como um grande computador descentralizado, participando da rede vários validadores e confirmando a validade dos contratos inteligentes.
São duas formas principais para aplicação desenvolvida por intermédio de DeFi.
Exchanges descentralizadas
As DEX, que são as exchanges descentralizadas, tem o objetivo de cumprir o mesmo papel das bolsas do mercado tradicional. Elas são utilizadas para compra e venda de ativos pelos usuários.
O grande diferencial é que, neste caso, não existe intermédio de alguma empresa ou instituição nessas trocas. Por exemplo, no Brasil, quem desempenha este papel é a B3.
Todas as operações feitas nas exchanges descentralizadas ocorrem diretamente entre os usuários, usando o model peer-to-peer, sendo controladas por algoritmos e contratos inteligentes.
A Uniswap (UNI) é, na atualidade, a maior exchange descentralizada do mercado, com mais de US$1 bilhão (aproximadamente R$ 4,7 bilhões) negociados diariamente na plataforma.
Protocolos de lending
Os protocolos de lending são plataformas que permitem a realização de empréstimos em criptomoedas.
Os usuários interessados em emprestar valores depositam suas criptomoedas em pools de liquidez e com isso recebem juros. Já para aqueles que querem fazer um empréstimo usam suas criptomoedas como garantia.
Rafael Lima, head de operações estruturadas da Rispar (fintech de crédito com garantia em criptomoedas), explica que costumam ser mais rápidas e baratas do que o sistema financeiro tradicional essas operações que ocorrem através de contratos inteligentes.
“Todas as taxas e regras são claramente definidas, deixando pouco espaço para erro humano. O risco mais comum é a falha de programação que expõe vulnerabilidades a hackers”, diz Lima
Atualmente, a Aave (AAVE) é o principal protocolo de lending no mercado de criptomoedas.
Foto Destaque: Reprodução/InfoMoney